A reabertura das creches decorreu esta segunda-feira “de forma tranquila e generalizada por todo o país”, com cerca de 70% dos estabelecimentos a retomarem a atividade, ainda que abaixo da sua capacidade, adiantou a ministra Ana Mendes Godinho.

Em declarações à Lusa, a propósito do regresso à atividade das creches, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que há também muitas que têm uma abertura programada “ao longo dos próximos dias”.

“O que se sentiu em todo o país foi esta reabertura de forma tranquila, com um ambiente de cautela por parte de todos, implementando as medidas de prevenção, mas também de confiança por parte da comunidade. O que sentimos hoje foi que ainda tivemos um número de crianças inferior à capacidade das creches, com muitos dos país ainda a avaliarem este reinício, com a previsão de até 1 de junho irem retomando e recolocando os filhos nas creches”, disse.

Foram já feitos 26 mil testes a trabalhadores das creches, dos quais 0,3% com resultado positivo para Covid-19, “o que mostra que é uma situação muito residual”, declarou a ministra.

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Manuel Lemos, da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), disse esta segunda-feira à Lusa que a falta de resultados de testes de alguns funcionários em algumas creches, sobretudo Aveiro e Braga, foram dos poucos problemas registados numa reabertura que “correu bem, na generalidade”, em todo o país.

Questionada, Ana Mendes Godinho disse que a falta de resultados desses trabalhadores foi ultrapassada ainda durante esta segunda-feira e que na terça-feira os funcionários vão estar “no ativo”.

Recordando o programa de formação acordado com as creches do setor social e com as instituições privadas, Ana Mendes Godinho disse que não recebeu qualquer “sinalização de problemas” por parte das instituições na aplicação das orientações da Direção-Geral da Saúde.

Manuel Lemos também sublinhou o acolhimento de crianças abaixo da capacidade das creches, mas disse acreditar que até ao final da semana as creches “terão muito mais gente”, à medida que os pais forem ganhando confiança.

Ana Mendes Godinho disse que a possibilidade de manter o apoio à família até final de maio permite aos pais programar um regresso das crianças às creches de forma faseada.

Sobre o retomar das visitas aos lares de idosos, que também passaram esta segunda-feira a ser autorizadas, a ministra disse estar ainda a fazer o balanço do primeiro dia. Sobre testes de despiste à Covid-19, adiantou que já foram feitos mais de 65 mil testes a trabalhadores, dos quais 0,4% positivos, uma média nacional, que reflete uma maior incidência de testes positivos no norte do país e uma menor incidência mais a sul.

A UMP diz que nas misericórdias esta segunda-feira “abriram muitos” lares, com exceção de instituições com casos de Covid-19 ou onde ainda não foram concluídas obras nos espaços de visitas, com colocações de acrílicos e outras soluções que garantam o distanciamento social exigido.

Manuel Lemos disse ainda ter recebido a indicação de que a formação ministrada para garantir a segurança nos procedimentos na reabertura foi considerada “muito útil” pelas instituições.

Do lado da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), o presidente Lino Maia disse que esperava resultados de um levantamento de balanço da reabertura até ao final do dia.

Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à Covid-19 em 29.209 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram esta segunda-feira em vigor, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para 6 de junho.