O Benfica já apresentou a demissão da Direção da Liga. “Tudo o que tenha a ver com a Liga é dito apenas na Liga”, referiu apenas fonte oficial dos encarnados, mas o Observador sabe que essa resignação foi apresentada no seguimento da reunião desta quinta-feira depois de várias críticas a Pedro Proença em momentos anteriores.

Pedro Proença fica na Liga (para já) e prepara Assembleia Geral para discutir cara a cara a continuidade

Depois de ter apoiado a reeleição de Proença na liderança do órgão após o primeiro mandato de 2015 a 2019, com Sílvio Cervan a representar os encarnados no sufrágio de junho do ano passado, as relações entre o presidente da Liga e o Benfica vieram a deteriorar-se com o tempo e a prova disso, num episódio mais recente, foi a forma como Luís Filipe Vieira abriu a reunião da Liga no início de maio, após o encontro em São Bento que juntou primeiro-ministro, ministros da Saúde, da Economia e da Educação e demais representantes do futebol.

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Nessa altura, e após a apresentação dos fundos que iriam ser distribuídos pela Segunda Liga no seguimento do fim da competição (ao contrário do que aconteceu com o outro escalão profissional), Vieira criticou Proença por já saber que a Federação iria disponibilizar um milhão de euros, além dos 850 mil que sairiam do G15. Esta semana, ainda antes da reunião entre Liga e clubes da Primeira Liga, o Benfica tinha sido também um dos conjuntos a manifestar a descontentamento com a atuação de Proença na liderança do órgão, desta vez utilizando como argumento as cartas enviadas a Siza Vieira, ministro da Economia, e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, à revelia não só dos clubes mas também das próprias operadoras envolvidas, pedindo ajuda na intenção de poder haver jogos em sinal aberto neste regresso do futebol em Portugal.

Da carta pelos jogos em sinal aberto ao recurso do Marítimo para o TAD – as queixas dos clubes da Liga sobre Proença

A última gota terá surgido esta quinta-feira, na reunião da Liga por videoconferência. Depois de Pedro Proença ter “esvaziado” o encontro ao marcar uma Assembleia Geral para 9 de junho onde seria discutido o seu futuro no órgão de forma presencial (entretanto as medidas que hoje ainda vigoram sobre reuniões com mais de dez pessoas estariam ultrapassadas), António Salvador, presidente do Sp. Braga, pediu a demissão dos oito clubes da Direção da Liga. “Não estão lá a fazer nada. Se souberam e nada fizeram, também não estão”, referiu, a propósito ainda dos contactos feitos pelo líder da Liga com autoridades políticas pelos jogos em sinal aberto.

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Além do Benfica, fazem parte da Direção da Liga FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Leixões, Mafra e Cova da Piedade. Além destes, existe também um representante da Federação, neste caso José Couceiro. Ou seja, não existe qualquer risco para já de haver uma perda de quórum no órgão. No entanto, e ainda mais do que na reunião da véspera, Pedro Proença vai perdendo espaço de manobra para tentar defender a sua liderança a 9 de junho. Certo também é que o FC Porto não irá seguir os passos do Benfica. “O FC Porto, nos momentos difíceis, nunca se esconde”, disse Francisco J. Marques, diretor de comunicação e informação dos dragão, ao Jogo.

Pedro Proença reeleito presidente da Liga com 46 dos 48 votos possíveis