As prisões do Distrito Federal, onde está localizada a capital brasileira, Brasília, registaram duas mortes e 801 casos de infeção pelo novo coronavírus, entre reclusos e polícias, foi anunciado esta sexta-feira.
Segundo dados da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, um preso e um funcionário prisional são as duas vítimas mortais registadas.
Entre os casos confirmados de covid-19, 590 dizem respeito a reclusos e 211 a agentes policiais.
“Em relação aos polícias penais, até à tarde de quinta-feira, 92 agentes estão com teste positivo para o coronavírus e 119 encontram-se recuperados. Parte dos que testaram positivo ainda aguardam a contraprova, ou seja, os números podem sofrer alterações nos próximos levantamentos”, informou o Sesipe em comunicado.
De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional do Brasil, o Distrito Federal é a unidade federativa que mais testes faz em prisões (cerca de quatro mil testes), sendo responsável por cerca de 80% de todos os exames realizados no sistema prisional do país.
Face ao aumento do número de infetados, uma série de medidas têm sido tomadas para evitar a disseminação do vírus nas prisões da região da capital, como produção e distribuição de máscaras laváveis, ações de formação para polícias sobre estratégias de prevenção ou seleção de hotéis para agentes ficarem em isolamento.
O sistema penitenciário brasileiro, considerado um dos piores do mundo, tem um défice de cerca de 350.000 vagas, o que há anos agrava a superlotação nas prisões, e o que pode agravar a propagação do novo coronavírus nas cadeias.
Até quinta-feira, o Distrito Federal era a 13.ª unidade federativa, de um total de 27, com maior número de casos de infeção no país, com 5.542 casos confirmados e 84 mortes.
A nível nacional, o Brasil totaliza 20.047 óbitos e 310.087 casos diagnosticados desde a chegada da pandemia ao país, informou o executivo.
Segundo um balanço da agência de notícias AFP, a nível global a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,9 milhões de doentes foram considerados curados.