O número de desempregados nos Estados Unidos subiu para quase 39 milhões desde meados de março, altura em que se iniciou o surto da Covid-19 naquele país, informou o governo norte-americano na quinta-feira.

Só na semana passada, mais de 2,4 milhões de pessoas pediram subsídio de desemprego nos EUA, elevando o total de desempregados desde o início da pandemia para 38,6 milhões, um valor sem precedentes para o mesmo período. Em abril, a taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu os 14.7%, o nível mais alto desde 1930.

O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, disse no fim de semana que o desemprego no país poderá vir a rondar os 20% a 25% entre maio e junho, o valor mais alto nos últimos 90 anos, desde a Grande Depressão.

Uma sondagem realizada no início de maio pelo Marketplace, um programa de economia da rádio pública americana (NPR, na sigla em inglês)), apontava que 41% dos entrevistados não conseguiriam fazer face a uma despesa extraordinária de 250 dólares (231 euros).

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Até agora, em vários países europeus, o aumento do número de desempregados foi por enquanto evitado, por o Estado assumir o pagamento de salários (desemprego parcial).

Os Estados Unidos são de longe o país com mais mortos (94.661) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões) no mundo. Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

A crise sanitária levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia de Covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.