A Assembleia Municipal de Lisboa chumbou a recomendação apresentada, esta terça-feira, pelo PCP, que defendia que fosse garantida a entrega gratuita de máscaras aos utentes dos transportes públicos. No primeiro ponto da recomendação à Câmara Municipal de Lisboa, o PCP alertou para o facto do governo ter imposto a utilização de máscara nos transportes públicos, “fazendo recair sobre os utentes essa responsabilidade sob pena da aplicação de multas”.
As restantes alíneas da recomendação do Grupo Municipal do PCP foram aprovadas, e defendiam uma “intervenção determinada” junto do governo para que entrem em operação na CP, nas linhas urbanas de Lisboa, os “oito comboios que se encontram em reparação”, assim como a aquisição de novos comboios, “substituindo a frota e aumentando a oferta em todas as linhas urbanas da Área Metropolitana de Lisboa”, com reforço na Linha de Sintra.
No documento, o PCP reforça o pedido de aquisição de comboios para o Metro de Lisboa em número superior aos sete previstos por “serem manifestamente insuficientes” – assim como o alargamento da rede a Loures e à Zona Ocidental de Lisboa – e a modernização da Linha da Azambuja, de forma a que passe a ter uma “oferta adequada”. Este último ponto vai ao encontro dos focos de infeção reportados na zona da Azambuja, na região da Grande Lisboa, onde já foram registados 121 casos positivos de Covid-19. Em conferência de imprensa, na segunda-feira, a ministra da Saúde afirmou que os surtos na região de Lisboa e Vale do Tejo, que são “um foco prioritário de atenção” das autoridades de saúde, têm origem provável em “comportamentos individuais de maior relaxamento em momento de pausa no trabalho”.
Em comunicado, a estrutura concelhia do PCP da Azambuja, no distrito de Lisboa, lamentou as declarações de Marta Temido e fez saber que “rejeita a responsabilização dos trabalhadores pela situação criada e a ilibação das entidades empregadoras, como fez a ministra da Saúde, não referindo as condições de transporte, em particular na Linha de Azambuja”.
Na Assembleia Municipal, também o BE, através da deputada Isabel Pires, apresentou uma recomendação à CML relativa à higiene nos transportes públicos para fazer face ao desconfinamento — e que foi aprovada esta terça-feira. No documento, o BE reconhece que um dos maiores desafios é, sem dúvida, “a forma como se organizam os transportes públicos por forma a garantir a mobilidade da população em segurança”. E apela para que se coloquem todos os esforços necessários no cumprimento das normas da Direção-Geral de Saúde relativas à “limpeza e higienização dos transporte públicos“, que, segundo Isabel Pires, “não estão a ser feitas com a periodicidade desejada”.
Nesse sentido, o BE solicitou a Câmara Municipal de Lisboa a requerer, em conjunto com a Área Metropolitana de Lisboa, ao Governo que “não sejam poupados esforços no que toca à limpeza e higiene de carruagens de metro e comboio, barcos e autocarros, bem como no provimento de equipamento de proteção individual para os seus trabalhadores”.