As autoridades de saúde estão a preparar-se para encerrar os cafés do bairro da Jamaica, no Seixal. O objetivo da medida é travar a concentração de pessoas nestes estabelecimentos, depois da deteção de um foco de Covid-19 no bairro.
Ao Observador, Mário Durval, delegado de saúde pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, garantiu que as autoridades de saúde estão a acompanhar a situação com a máxima atenção. Mário Durval explicou também que, a confirmar-se, o encerramento se deve prolongar, à partida, por 14 ou 15 dias, mas que esse período será determinado pela realidade local. O delegado indicou ainda que a decisão está a ser preparada pela delegada de saúde do Seixal.
[Ouça aqui o noticiário da Rádio Observador sobre o encerramento dos cafés no bairro da Jamaica]
Cafés do Bairro da Jamaica vão ser fechados pelas autoridades de saúde
“Claro que estamos satisfeitos. Pedimos ontem o encerramento. Desde o início de março que a associação tem chamado a atenção das autoridades para a vulnerabilidade do bairro. As pessoas que vivem aqui não têm dinheiro para comer, quanto mais para comprar máscaras e gel desinfetante”, sublinhou.
Já esta quarta-feira, a associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, tinha defendido que o bairro deveria ser “isolado”, para além de mostrar preocupação precisamente com as aglomerações de pessoas nos cafés. “Deviam mesmo isolar o bairro e só saía ou entrava quem aqui mora. Os cafés ao fim de semana não deixam dormir as pessoas que trabalham, com música e ajuntamento de pessoas que não usam máscara”, disse Salimo Mendes, presidente da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, à Agência Lusa. O responsável referiu, porém, que acredita que a origem do foco de infeção que já conta 16 casos positivos dentro do bairro teve origem “em pessoas de outros concelhos”.
Associação de moradores defende que Bairro da Jamaica deve ser isolado
“A população que mora aqui tem sempre cuidado, o que me preocupa são as pessoas que vêm de outros concelhos. Ninguém sai de casa, só quem está a trabalhar, só que há pessoas de outros concelhos que vêm aqui frequentar os cafés do bairro”, acrescentou. Salimo Mendes pedia então ajuda às autoridades para fechar os cafés, “porque são centros de propagação”.
Já esta quinta-feira, no seguimento da notícia, a associação de moradores mostrou-se “satisfeita” com a decisão. “Claro que estamos satisfeitos. Pedimos ontem o encerramento. Desde o início de março que a associação tem chamado a atenção das autoridades para a vulnerabilidade do bairro. As pessoas que vivem aqui não têm dinheiro para comer, quanto mais para comprar máscaras e gel desinfetante”, disse Salimo Mendes à Agência Lusa.
Na terça-feira, Graça Freitas confirmou a identificação de três focos comunitários na área abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal, com um total de 32 pessoas infetadas, 16 dos quais no bairro da Jamaica.