O avanço do plano de de nove mil milhões de euros anunciado esta semana entre o Estado e a administração da Lufthansa encalhou, depois do conselho de administração  da transportadora alemã ter recusado aprovar condições impostas pela Comissão Europeia.

Apesar de Bruxelas ter suspendido as regras comunitárias que limitam fortemente as ajudas de estado à aviação comercial, por causa do impacto do Covid,  todos os planos de apoios públicos têm de ser negociados com os serviços da concorrência da Comissão Europeia.

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O conselho de administração da Lufthansa rejeitou esta quarta-feira a exigência de que a companhia ceda slots (tempos de aterragem e descolagem) nos aeroportos de Frankfurt e Munique, onde controla dois terços do mercado, de acordo com informação avançada pela imprensa internacional.

Não obstante este recuo, o plano de resgate com ajudas do Estado alemão continua a ser a única solução viável que evitará uma insolvência, afirmou a companhia, pelo que as negociações com a Comissão Europeia vão prosseguir. De acordo com a Lufthansa, as exigências de Bruxelas iam conduzir ao enfraquecimento dos hubs que tem nos dois maiores aeroportos alemães e, dessa, forma, pôr em causa a capacidade da empresa reembolsar empréstimos.

A Comissão, que questionada pelo New York Times não quis fazer comentários, pretende que a companhia alemã deixe de usar 72 slots para 12 dos 300 aviões que tem estacionados nestes aeroportos, de acordo com uma fonte cidade pelo jornal americano. A Lufthansa aceitava a imposição, desde que pudesse retomar esses slots depois de ter reembolsado a ajuda do Estado, enquanto que Bruxelas queria que fosse uma cedência permanente.

O plano de ajuda à Lufthansa prevê que o Estado fique com 20% do capital da empresa, posição que pretende revender em 2023.