A sinistralidade rodoviária registou “um acentuado decréscimo” durante o período do estado de emergência, tendo os acidentes diminuído quase 70% e as vítimas mortais cerca de 60%, revelou esta  a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

O relatório de abril da ANSR indica que entre 19 de março e 30 de abril, período em que vigorou o estado de emergência devido à Covid-19, registou-se “um acentuado decréscimo em todos os indicadores de sinistralidade”, designadamente menos 69,1% de acidentes com vítimas, menos 59,2% de vítimas mortais, menos 61,5% de feridos graves e menos 72,5% de feridos ligeiros em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a ANSR, entre janeiro e abril registaram-se 7.620 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 98 mortos ocorridos no local do acidente ou durante o transporte até ao hospital, 469 feridos graves e 8.978 feridos ligeiros. Em relação ao mesmo período de 2019, ocorreram menos 3.111 acidentes com vítimas (-29,0%), menos 51 vítimas mortais (-34,2%), menos 173 feridos graves (-26,9%) e menos 3.972 feridos ligeiros (-30,7%).

A ANSR destaca que nos quatro primeiros meses do ano verificou-se uma redução em todos os indicadores de sinistralidade relativamente ao período homólogo de 2019, sendo os meses de março e abril “os que mais contribuíram para esta evolução”.

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Esta redução de sinistralidade, reforçada com a declaração de estado de emergência, no dia 19 de março, o qual impôs fortes medidas de confinamento com consequente redução no tráfego, verificou-se também no período compreendido entre 01 de janeiro e 18 de março”, indica o relatório, destacando a tendência decrescente verificada nos meses de janeiro e fevereiro de 2020.

De acordo com o mesmo documento, os indicadores da sinistralidade rodoviária referentes aos primeiros quatro meses do ano registam os valores mais baixos desde 2016.

A ANSR frisa que a colisão continua a ser o tipo de acidente mais frequente, apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes, e a maioria dos desastres nos primeiros quatro meses de ano ocorreu em arruamentos.

Cerca de metade (59,2%) do total de vítimas mortais eram condutores, seguido de peões (23,5%) e passageiros (17,3%), indica o relatório, que dá também conta que os automóveis ligeiros apresentaram, entre janeiro e abril, não só o maior número de veículos (76,8%) envolvidos em acidentes, como também a maior diminuição relativamente ao período homólogo (-32,0%).

O documento, que é divulgado mensalmente pela ANSR, indica ainda que, nos primeiros quatri meses do ano, foram fiscalizados cerca de 38,7 milhões de veículos, um aumento de 38,8% em comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo a ANSR, nestas ações foram detetadas mais de 444 mil infrações, representando uma redução de 1% face ao ano anterior.

Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março. Esta nova fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 6 de junho.