A Rede de Emergência Alimentar angariou mais 1,4 milhões de euros em donativos, entre particulares e empresas, para garantir a distribuição de alimentos a famílias afetadas pela pandemia de Covid-19, adiantou esta segunda-feira a Entrajuda, em comunicado.

“A Rede de Emergência Alimentar, desenvolvida pela Entrajuda e assente nos Bancos Alimentares a ela aderentes, angariou na última semana 1,4 milhões de euros em donativos para disponibilizar alimentos básicos a milhares de famílias portuguesas afetadas pela crise da pandemia de Covid-19. Este montante inclui 1,1 milhões de euros da campanha “Emergência Alimentar” promovida pelo BPI | Fundação “la Caixa” e a RTP, a que se soma o compromisso de várias entidades internacionais de doar mais 300 mil dólares nos próximos dias”, lê-se no documento.

Segundo o comunicado, entre as várias entidades internacionais que vão ainda contribuir para a campanha de recolha de donativos encontra-se o Banco de Desenvolvimento da América Latina.

Seis instituições – BPI | Fundação “la Caixa”, TEAK Capital (holding da família de Carlos Moreira da Silva), Fundação Calouste Gulbenkian, Google, Banco para o Desenvolvimento da América Latina e Tabaqueira – foram responsáveis pelo donativo de 800 mil euros.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O objetivo desta ação solidária é responder, de forma excecional, à emergência social que resulta da crise sanitária. Só no último mês, mais de 16 mil famílias pediram apoio direto ao Banco Alimentar, o que representa cerca de 60 mil pessoas, que acrescem às habitualmente apoiadas pelos Bancos Alimentares conta a Fome”, refere ainda o comunicado.

A Rede de Emergência Alimentar foi criada para dar resposta específica às necessidades criadas pela crise provocada pela pandemia, que deixou muitas pessoas sem emprego ou com rendimentos parciais que não lhes permitem assegurar necessidades básicas como a alimentação.

“Antes da crise pandémica, os Bancos Alimentares, presentes em 21 pontos do país, apoiavam 380 mil pessoas, através de parcerias com para mais de 2.600 instituições acompanhadas na sua atividade. A estas, acrescem hoje mais 60.000 pessoas afetadas pela Covid-19, num apoio alimentar prestado a mais de 4% da população portuguesa”, refere o comunicado.

A campanha de recolha de alimentos decorreu entre 21 e 31 de maio, em moldes diferentes do habitual, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia.

Na impossibilidade de ter voluntários nos supermercados a aceitar as dádivas, as pessoas puderam este ano contribuir através de vales materializáveis em alimentos.

Os vales puderam também ser adquiridos online.

Em 2019, os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 23.382 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 31,7 milhões de euros), num movimento médio de 93,5 toneladas por dia útil.

Cerca de 2.400 instituições foram assistidas, e os alimentos entregues a perto de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas, de acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Portugal contabiliza pelo menos 1.424 mortos associados à Covid-19 em 32.700 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Novas medidas entraram em vigor esta segunda-feira, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, que continuarão encerrados até, pelo menos, 4 de junho), dos ginásios ou das salas de espetáculos. Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

No sábado regressaram as cerimónias religiosas comunitárias enquanto a abertura da época balnear acontecerá em 6 de junho.