O Twitter encerrou uma conta que estava a ser gerida por um grupo pertencente à supremacia branca e que alegava pertencer ao movimento antifascista Antifa, uma vez que a página incitava à violência nos protestos nos Estados Unidos.
De acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira pela rede social, citado pela agência espanhola Efe, a conta ‘@Antifa_US’, que tinha umas centenas de seguidores, “violava as políticas de manipulação da plataforma e ‘spam'” da tecnológica norte-americana, em particular, a “criação de contas falsas”, razão pela qual foi encerrada.
A empresa sediada em São Francisco, na Califórnia, explicou que esta conta era gerida por um grupo ligado à supremacia branca Identity Evropa e captou a atenção dos funcionários do Twitter depois de uma publicação que incitava ao controlo dos protestos através da violência.
“Vamos para as áreas residenciais, para os bairros brancos, conquistar o que é nosso”, explicitava a mensagem.
O ‘tweet’ também era acompanhado pela ‘hashtag’ “as vidas negras importam [#blacklivesmatter]”, para aumentar a credibilidade da página em relação à associação à Antifa.
A Antifa é um grupo conhecido pelas manifestações contra o fascismo e da luta antissistema.
Parte das ações deste grupo visam acabar com os grupos fascistas, racistas, neonazis e de extrema-direita, através de contramanifestações que defendem a igualdade de género e de defesa dos direitos da comunidade LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros).
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tinha acusado a Antifa de ser a responsável pelos motins e pilhagens que decorrem em todo o país, incluindo em grandes metrópoles, como, por exemplo, Nova Iorque ou Washington, que surgiram na sequência dos protestos contra a morte do cidadão afro-americano George Floyd.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.
Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.