A região alemã de Eifel, situada junto às fronteiras com a Bélgica, os Países Baixos e o Luxemburgo, é conhecida por ser um grande laboratório natural que permite estudar a história geológica da Europa e a atividade vulcânica. Mas descobertas recentes fazem a comunidade científica acreditar que a região tem atualmente mais atividade geológica do que se pensava e poderá não estar extinta.

De acordo com um estudo publicado recentemente no Geophysical Journal International, a região conhecida pelos maars (lagos circulares que surgiram em antigas crateras vulcânicas) poderá continuar a ter atividade vulcânica a cerca de 400 quilómetros de profundidade — embora isso não se traduza necessariamente na probabilidade de uma nova erupção vulcânica.

“A maioria dos cientistas assumiu que a atividade vulcânica em Eifel era uma coisa do passado”, disse o geofísico Corné Kreemer, cientista da Universidade de Nevada e responsável pelo estudo. “Mas, ligando os pontos, fica claro que alguma coisa está a fermentar debaixo do coração do noroeste europeu“, acrescentou.

O estudo recorreu aos dados de milhares de antenas de GPS por toda a Europa ocidental, tanto públicas como privadas, para detetar a forma como o solo se move vertical e horizontalmente em resposta aos movimentos das placas tectónicas. Os cientistas chegaram à conclusão de que, na região de Eifel, a terra se está a mover para cima e para fora, o que é compatível com subida de uma pluma de manto (ou seja, a subida de material mais quente habitualmente nas regiões mais profundas do globo).

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A área de Eifel foi a única região do estudo em que as movimentações do solo pareceram significativamente maiores do que o que era expectável“, afirmou o cientista. “Os resultados indicam que a subida de uma pluma poderia explicar os padrões observados e o ritmo do movimento do solo”, acrescentou.

Isto não significa que uma explosão ou um terramoto estejam iminentes, ou sequer sejam possíveis, nesta região. Nós e outros cientistas pretendemos continuar a monitorizar a área recorrendo a uma variedade de técnicas geofísicas e geoquímicas, de modo a entender e quantificar melhor quaisquer potenciais riscos”, afirmou Kreemer.

A última grande erupção vulcânica na região ocorreu há mais de 10 mil anos. Uma das maiores aconteceu há cerca de 13 mil anos e deu origem à cratera que hoje é o lago Laacher.