A Dorae, empresa norte-americana que trabalha com inteligência artificial e com tecnologia blockchain, e que tem Miguel Relvas como um dos seus responsáveis, entrou na shortlist das pioneiras tecnológicas eleitas pelo Fórum Económico Mundial. A distinção foi anunciada esta terça-feira de manhã através de um comunicado da empresa que cita Susan Nesbitt, líder da Comunidade de Inovadores Globais (Global Innovators Community) do Fórum Económico Mundial, a elogiar a Dorae por “desenvolver tecnologias de ponta por todo o mundo” e por “além da inovação, contribuir fortemente para melhorar o estado do mundo”.
No mesmo comunicado, a fundadora e CEO da empresa, a norte-americana Aba Schubert, agradece “a honra ao Fórum Económico Mundial” e diz que as perspetivas e a rede de contactos que a Dorae vai ganhar sendo reconhecida como uma “Pioneira Tecnológica”, vão permitir “ir mais longe e servir ainda melhor a base de clientes globais do setor público e privado”.
Também o co-fundador e Chairman executivo da empresa, o português Ricardo Santos Silva, diz no mesmo comunicado ter “recebido a notícia deste prémio com entusiasmo e humildade”, assinala o “grande e crescente impacto” da Dorae, que se expandiu inclusivamente “durante os últimos meses que foram tão desafiadores” e promete que a empresa vai “tornar o mundo melhor”.
As empresas consideradas “Pioneiras Tecnológicas” são empresas ainda em crescimento que desenham, desenvolvem e utilizam novas tecnologias que tenham impacto significativo na sociedade e no mundo dos negócios. Entre as empresas a quem já foi atribuída esta distinção estão a Airbnb, a Google, Mozilla, Spotify, o Twitter e a Wikimedia (dona da Wikipedia).
Dorae, a empresa à qual Miguel Relvas se juntou, ganhou prémio internacional
A Dorae, que tem escritórios nos EUA, Reino Unido, Portugal e Ilhas Caimão, foi fundada em 2014 e deu os primeiros passos na República Democrática do Congo onde se encontram as maiores reservas mundiais de cobalto ou tântalo, considerados matérias-primas da era digital, muito usados no fabrico de smartphones e carros elétricos.
A exploração e o comércio de minerais tem sido uma mais das importantes fontes de financiamento de grupos armados em zonas de conflito e, nos últimos anos, quer a Europa quer os Estados Unidos têm exigido sistemas de certificação que dificultem quer este financiamento, quer a utilização de trabalho escravo ou de trabalho infantil.
Foi precisamente nesta área que a Dorae se apresentou inicialmente como player, oferecendo garantias da proveniência das matérias-primas em todas as fases da cadeia de produção. Para isso recorre à tecnologia blockchain, uma estrutura de dados que regista transações virtuais. Cada transferência tem um código associado que permite que nunca seja alterada. A tecnologia blockchain usada pela Dorae é a mesma que é usada nas criptomoedas como a Bitcoin.
A ligação do ex-ministro de Passos Coelho à Dorae foi anunciada em maio de 2018, quando foi contratado como um dos líderes na área de governança e sustentabilidade. A empresa foi fundada pelo português Ricardo Santos Silva (ex-BES Investimento) e pela norte-americana Aba Schubert, que tinham já sido sócios de Miguel Relvas na Pivot SGPS, uma sociedade criada no início de 2015 e que tinha ganho o concurso de venda do Banco Efisa por 38 milhões de euros, um negócio que não chegou a concretizar-se porque os supervisores (BCE e Banco de Portugal) nunca chegaram a emitir a avaliação de idoneidade dos accionistas de referência exigida pela lei.
O novo emprego de Miguel Relvas foi oferecido por velhos conhecidos
Notícia corrigida às 12h33. Na versão original constava a informação errada de que a Dorae utiliza tokens semelhantes às criptomoedas.