Catió Baldé, empresário de jogadores de futebol,  assumiu esta sexta-feira, em declarações ao Correio da Manhã, ter pago “algum dinheiro” a um funcionário da Embaixada de Portugal em Bissau para obter vistos para três atletas guineenses mas diz que só “à luz da cultura europeia é que esse ato é considerado corrupção.” “Fiz o que todo o mundo faz”, afirmou, deixando claro que o clube da Luz não deve ser envolvido no processo.

Baldé, que ficou conhecido por ser o empresário do jogador Bruma, foi formalmente acusado pelo Ministério Público de ter alegadamente pago 20 mil euros a um funcionário luso-guinense que trabalha na representação diplomática portuguesa de Bissau como alegada contrapartida pela emissão de vistos para atletas que vinham a Lisboa prestar provas no Benfica.

Um visto demora 4/5 meses e o que eu fiz foi pedir um favor, uma ajuda para agilizar estes processos que são sempre morosos. Não comprei nenhum visto, nem eles eram falsificados. Eram documentos legais”, garantiu o empresário.

Ainda num comunicado publicado pelo jornal A Bola nesta quinta-feira, o empresário admitira já que tinha sido notificado, pedindo “ajuda na solicitação do processo burocrático” e afirmando ter sido “apanhado marginalmente” neste processo.

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“O Benfica não tem nada a ver com o pedido da agilização do processo. Assumo toda a responsabilidade do ato. Aliás, é costume e habitual estes tipos de pedido. Visto que o processo da concessão do visto é moroso. Responsabilizar o Benfica revela má-fé”, escreveu ainda o empresário.

Segundo a acusação, que relata acontecimentos de fevereiro de 2014, o empresário terá sido uma de dezenas de pessoas que utilizaram esta estratégia

Catió Baldé é agente de Úmaro Embaló, avançado de 19 anos que joga pela equipa B do Benfica, e Bruma, que atualmente joga no PSV Eindhoven e já em 2013 colocou o empresário no spotlight depois de uma transferência polémica para o Galatasaray.