A necessidade de cumprir as limitações nas emissões de CO2 levou a Suzuki a fazer um acordo comercial com a Toyota, que controla 4,94% da sua conterrânea (a Suzuki, pelo seu lado, possui 0,2% da Toyota). No mercado europeu, o primeiro resultado dessa parceria estratégica tem chegada prevista a partir do Outono e dá pelo nome de Across. É um SUV híbrido plug-in (PHEV), em tudo similar ao RAV4 Plug-in, que também deve ser introduzido no mercado algures ainda durante este semestre, depois de um período de pré-reservas.

A produção do Suzuki está a cargo da Toyota, que já iniciou o seu fabrico no Japão. E é daí que sairá o novo Across cujo traço mais distintivo face ao RAV4 encontra-se na frente, com faróis e pára-choques com outro desenho. De resto, literalmente, joga-se ao “descubra as diferenças”, pois a traseira e o interior são praticamente iguais, descontando um outro componente e as devidas identificações das respectivas marcas, o que permite aos dois fabricantes simplificar e poupar na produção. Há, contudo, opções a distinguir o original da “réplica”, como é o caso do volume da bagageira, que é mais generoso no RAV4 Plug-in (520 litros) do que no Suzuki que dele descende (490 litros), sugerindo um diferente aproveitamento do espaço.

Ao contrário do RAV4, o Suzuki só estará equipado com a mecânica PHEV da Toyota, o que significa que vai montar o motor a gasolina Hybrid Dynamic Force de 2,5 litros (baseado no RAV4 Hybrid convencional) com 177 cv, associado a dois motores eléctricos, um por eixo – o que está montado no dianteiro com 182 cv e o que se encontra no eixo traseiro com 54 cv. A Suzuki não confirmou a potência combinada, mas não deverá andar longe dos 306 cv do RAV4 Plug-in Hybrid. Porém, este revindica menos 29g/km de dióxido de carbono, ao passo que o Suzuki aponta para as 22g/km de CO2 em ciclo combinado WLTP.

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Como é assente sobre a plataforma Toyota GA-K, o novo Across dispõe o pack de células de iões de lítio sob o piso do veículo, recorrendo também ele a uma bateria de 18,1 kWh refrigerada a líquido. Curioso será perceber, lá mais para a frente, por que razão a Toyota anuncia 65 km de autonomia no modo eléctrico para o RAV4 Plug-in, enquanto a Suzuki aponta para os 75 km a velocidades de até 135 km/h – dados pré-homologação. Há ainda outros três modos para fazer a gestão da energia: o automático, em que é o sistema que decide que motor ou motores são requisitados, o híbrido e o modo “charger”, em que o veículo recorre exclusivamente ao motor a gasolina, quando a bateria tem pouca carga, para guardar uma reserva de energia na bateria para usar mais tarde em modo EV, o que pode dar jeito no acesso a determinadas zonas da cidade, por exemplo.

Tal como o Toyota RAV4 Plug-in Hybrid, também o Across é proposto de série com quatro rodas motrizes, cortesia de um sistema de tracção integral denominado E-Four (a tecnologia da Toyota é o AWD-i) que, em condições normais, acciona apenas as rodas da frente mas, assim que o estado do piso ou as circunstâncias da condução se alteram, entra em funcionamento o motor eléctrico do eixo de trás, que pode canalizar até 80% do torque para as rodas posteriores.

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Modos de condução há quatro (Eco, Normal, Sport, EV e Trail), o que permite gerir a resposta da direcção e do acelerador, a tracção e até o consumo de energia (ar condicionado), à medida da vontade ou das necessidades do condutor, privilegie ele uma toada mais desportiva, um andamento mais económico ou a capacidade de digerir obstáculos no fora de estrada.

Os preços do novo Across ainda não foram divulgados, o que deverá acontecer mais próximo do lançamento, agendado para o Outono. Mas é expectável que venham a ser inferiores aos do RAV4 PHEV, cujo lançamento está previsto para 1 de Setembro, no Reino Unido.