Não é um fim, é apenas um até já. Até que haja necessidade de mudar de forma expressiva a situação do país face à pandemia, até que existam os dois “estudos importantes” pelos quais o Governo ainda aguarda (e que espera ter até ao fim deste mês), até que seja necessário. As reuniões do Infarmed, com os detalhes sobre a evolução da situação epidemiológica — podem voltar em qualquer um destes momentos.
Depois da última reunião — no modelo quinzenal — do Infarmed, António Costa seguiu para duas visitas a concelhos com freguesias em estado de calamidade (Sintra e Amadora) e foi no fim destas visitas para avaliar a situação com os responsáveis locais, que falou aos jornalistas sobre a decisão tomada entre primeiro-ministro e Presidente da República sobre o fim daquele sistema de reuniões com especialistas e dirigentes partidários, todos numa sala, a recolher dados sobre a Covid-19 no país. Desmentiu que tivesse alguma coisa a ver com tensões nestes encontros mas sim com o facto de a situação no país estar “estável”.
Pouco antes destas palavras, quando ainda estava em Sintra, Costa tinha anunciado que as 19 freguesias em estado de calamidade na Área Metropolitana de Lisboa assim vão continuar. Mas a garantia que é dada nesta altura é que, tanto aí como no resto do país, há uma “estabilização” do quadro pandémico.
O primeiro-ministro insiste que neste momento “a situação está estabilizada no país e também nas áreas que têm um nível diferenciado” por isso “nada justifica a existência de uma nova reunião que terá lugar quando e se houver dados novos”. “Não vamos inventar problemas”, disse em relação ao fim das reuniões do Infarmed. “Não vale a pena fazer um drama de uma situação que não tem drama nenhum”, disse Costa para afastar fantasmas sobre as reuniões do Infarmed que, garante, existirão “sempre que for necessário” ou sempre que “exista uma alteração significativa”.
Por exemplo, uma que Costa já tem na cabeça estará apontada para o final deste mês, altura em que o primeiro-ministro conta ter “dois estudos importantes que estão a decorrer: um do Instituto Nacional de Saúde Pública, centrado no nível de imunização da comunidade, e outro do Instituto de Saúde Publica da Universidade do Porto para medir a especificidade das cadeias de transmissão aqui na região de Lisboa”.
Aos partidos que se queixaram de deixar de ter este momento de informação atualizada por especialistas, o primeiro-ministro garante que que “a prática de transparência e partilha é fundamental” e que não há aqui “uma batalha” entre partidos. E recusa que o fim desta rotina possa passar a ideia de que o piro já passou: “Ninguém pode afrouxar as medidas de proteção individual, de higiene e de proteção respiratória até haver vacina”.