Um bombeiro de Miranda do Corvo morreu durante um incêndio na Serra da Lousã, distrito de Coimbra, e outros três bombeiros ficaram feridos. O fogo, que deflagrou pelas 18h26, está dominado.
A notícia foi avançada pelo Expresso e confirmada pela Rádio Observador junto do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. A vítima mortal tinha 55 anos e é descrito por Jaime Marta Soares como “um chefe com 39 anos de experiência”.
Um homem bom, um homem efetivamente muito competente”, afirmou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Incêndio na Lousã. Jaime Marta Soares. “Morreu um homem bom”
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou que, este sábado, morreu um bombeiro do Corpo de Bombeiros de Miranda do Corvo no combate a “um incêndio em mato na Serra da Lousã”.
No mesmo teatro de operações, dois bombeiros do Corpo de Bombeiros Municipais da Lousã foram assistidos devido à inalação de fumo e um outro bombeiro do Corpo de Bombeiros de Miranda do Corvo sofreu ferimentos nos membros inferiores (queimaduras)”, lê-se numa nota enviada à comunicação social.
O incêndio, que mobilizou 250 operacionais e 70 veículos, foi dado como dominado pelas 21h, sendo que ainda decorrem operações de rescaldo e vigilância no local.
“A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil expressa publicamente um voto de pesar e de solidariedade aos familiares, amigos e a todos os Bombeiros de Miranda do Corvo e de Portugal.”
Segundo o Correio da Manhã, que cita fonte oficial da Autoridade Nacional de Proteção Civil, a vítima mortal era o chefe da uma equipa de cinco bombeiros de Miranda do Corvo. O CM fala ainda num bombeiro que sofreu queimaduras graves nas pernas e que foi levado para um hospital em Coimbra. Estes dois elementos separaram-se da restante equipa durante o incêndio, depois de os cinco elementos ficarem cercados pelas chamas.
Governo e Presidente da República lamentam morte de bombeiro
O Governo lamentou, na noite de sábado, a morte do bombeiro de Miranda do Corvo e manifestou “votos de plena recuperação aos três bombeiros que ficaram feridos durante esta complexa operação na Serra da Lousã”.
“Vivemos hoje mais um momento trágico, com a morte do Chefe José Augusto, do Corpo de Bombeiros de Miranda do Corvo, que comandava a equipa que combatia o incêndio que deflagrou esta tarde na Serra da Lousã”, lê-se numa nota enviada à comunicação social, em que o ministro da Administração Interna, em nome do Governo, endereça “sentidos pêsames à família, amigos e à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo”.
Importa, neste momento, realçar a forma empenhada, generosa e profissional com que todos os dias milhares de bombeiros integram este esforço nacional da defesa da floresta contra incêndios.”
O primeiro-ministro, por sua vez, referiu que “foi com profundo pesar e consternação” que tomou conhecimento da morte do bombeiro voluntário, “assim como dos soldados da paz que ficaram feridos naquele combate” e a quem desejou “boa recuperação”.
Foi com profundo pesar e consternação que tomei conhecimento do trágico falecimento do bombeiro voluntário José Augusto Dias, que combatia um incêndio na serra da Lousã, assim como dos soldados da paz que ficaram feridos naquele combate.
— António Costa (@antoniocostapm) July 11, 2020
Além de apresentar os “sentidos pêsames” em seu nome e em nome do Governo à família e amigos da vítima mortal e à Corporação de Bombeiros de Miranda do Corvo, António Costa deixou “um abraço sentido a todos os que com o seu esforço e dedicação, todos os dias trabalham no combate às chamas, na defesa da floresta, das populações e de Portugal“.
Um abraço sentido a todos os que com o seu esforço e dedicação, todos os dias trabalham no combate às chamas, na defesa da floresta, das populações e de Portugal.
— António Costa (@antoniocostapm) July 11, 2020
Também o Presidente da República lamentou, “com profunda consternação”, a morte de um bombeiro da corporação de Miranda do Corvo.
Uma triste notícia e que representa uma perda profunda para quem tanto dá ao País. À família enlutada e ao Corpo de Bombeiros de Miranda do Corvo o Chefe de Estado envia as mais sentidas condolências”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República Portuguesa.
A mesma nota refere que Marcelo Rebelo de Sousa “contactou os presidentes das Câmaras Municipais da Lousã e de Miranda do Corvo, assim como o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, para conhecer o ponto de situação no terreno e se inteirar do estado de saúde dos bombeiros em questão, a quem deseja rápidas melhoras“.
CDOS de Coimbra: incêndio foi provocado por trovoada seca
O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra confirmou, à Rádio Observador, que o incêndio na Serra da Lousã foi provocado por trovoada seca e que há 64 meios e 235 operacionais no local.
Segundo a Lusa, as chamas deflagraram numa zona muito acidentada de terreno, perto do baloiço do Trevim, um dos pontos turísticos do concelho. A outra fonte da autarquia confirmou à Lusa que o incêndio foi antecedido por uma forte trovoada seca, acompanhada por vento forte, que dificultou o trabalho de mais de 200 bombeiros de diversas corporações dos distritos de Leiria e Coimbra.
Este sábado, a ANEPC emitiu um aviso à população para o risco de incêndio devido “à previsão de instabilidade meteorológica”, com “possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada seca”.
Proteção Civil faz aviso à população para risco de incêndio devido a instabilidade meteorológica