Um grupo de amigos, colaboradores e outras personalidades de Oliveira de Azeméis procedeu esta segunda-feira a uma homenagem pública ao ex-presidente de câmara Ápio Assunção (1947-2018), celebrando a obra física e imaterial com que dizem que transformou o concelho.

O homenageado liderou a gestão dessa autarquia do distrito de Aveiro entre 2001 e 2008, enquanto eleito do PSD, e foi o responsável pela condução de obras como a construção das piscinas municipais e da biblioteca local, a requalificação do Pavilhão Salvador Machado e a reorganização urbana do centro de Oliveira de Azeméis.

Desde dezembro de 2019, essas e outras intervenções têm sido recordadas através de testemunhos em texto, fotografia e vídeo na rede social Facebook, na página “A mão visível de Ápio Assunção”, mediante uma recolha a partir da qual será editado um livro a lançar a 09 de dezembro, no segundo aniversário da morte do autarca.

Os dinamizadores deste conjunto de iniciativas são o professor e ex-vereador Albino Martins, o economista e o também ex-autarca António Rosa, e o técnico de comunicação e ex-colaborador Paulo Oliveira. Explicam que o seu objetivo é promover a título póstumo a homenagem pública que, embora pensada para se concretizar ainda durante o período de vida do autarca, foi então “desaconselhada” por médicos e familiares dada “a doença galopante” que o acometeu na última década e “a sua fragilidade física e emocional”.

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Esta segunda-feira, contudo, no aniversário do nascimento de Ápio Assunção, o seu grupo de admiradores instalou uma escultura de Paulo Neves no Largo da Malha, que, tendo sido um dos espaços urbanos idealizados pelo social-democrata, é considerado particularmente simbólico do seu caráter “determinado, atuante, dinâmico e discreto” do homenageado.

Albino Martins, António Rosa e Paulo Oliveira atribuem ao homenageado “uma vida esforçada de trabalho, dedicada à família, à comunidade, ao associativismo e à causa pública”, no que “a sua capacidade empreendedora, quando empossado em cargos públicos, foi sempre posta ao serviço dos outros”.

A carreira política de Ápio Assunção começou com o CDS, em 1976, quando foi eleito membro da Assembleia de Freguesia do Pinheiro da Bemposta. Dois anos depois, a 8 de janeiro de 1978 passou a presidente desse mesmo órgão e “depressa as suas qualidades de servidor público se evidenciaram”.

Nas autárquicas seguintes, em 1979, encabeçou a lista do PSD e tornou-se presidente da mesma Junta de Freguesia, mantendo-se nesse cargo até 1997. Aí concretizou “uma obra notável” em que se destaca a construção da própria sede da Junta, o que, segundo os fundadores de “A mão visível?”, demonstra como Ápio Assunção acreditava na “importância que o Poder Local podia ter no desenvolvimento da sua terra”.

Chegou depois à câmara municipal na lista liderada por Ângelo Azevedo, sucedendo-lhe como presidente em 2001, após o que lhe atribuem “mais de 125 milhões de euros de investimentos” nas 19 freguesias do concelho – “uma marca que não se apaga e que não se confunde, única, persistente e omnipresente” no território.

Os fundadores de “A mão visível de Ápio Assunção” elogiam-lhe ainda outras facetas: “Humilde cidadão, impoluto chefe de família e dedicado operário fabril, subiu a vida a pulso até assumir cargos de grande responsabilidade numa empresa internacional. A par, sempre conseguiu encontrar tempo para uma preenchida participação cívica. Foi membro ativo de organizações paroquiais e dirigente do Futebol Clube Pinheirense, do Centro Social Paroquial e da Banda de Música do Pinheiro, assim como dinamizador da federação distrital de bandas de música”.