Toda a gente gosta de um bom desconto, do género “dois pelo preço de um” ou “leve quatro e pague três”. E se um videojogo oferecesse 51 jogos pelo preço de um? É mais ou menos isto que o “51 Worldwide Games” faz. Na realidade, não são 51 jogos como os que têm agarrado o jogador ao ecrã nesta geração de consolas. Leia-se: “Super Mario Odyssey“, “Read Dead Redemption 2” ou “Last of Us 2“. Porém, quem é que disse que um bom jogo de xadrez, uma tarde de gamão ou um quatro em linha com um amigo não podem ser igualmente divertidos, ainda que visualmente muito menos estimulantes?
51 Worldwide Games
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Plataformas: Nintendo Switch
A favor:
- 51 jogos para jogar
- Inteligência artificial desafiante
- Informação histórica sobre a maioria dos jogos
- Portabilidade
Contra:
- Os tutoriais para cada jogo são, por vezes, monótonos
- Quando há 51 jogos nenhum parece ser realmente completo
- Nem todos os jogos dão para mais do que um jogador
Para quem é este jogo?
Para quem gosta mesmo de jogos tradicionais como xadrez ou gamão; para quem gosta de jogos apenas para distrair a cabeça; para quem gosta de ter uma experiência rápido de jogo.
Para quem não é este jogo?
Para quem gosta de videojogos com uma narrativa; para quem não gosta mesmo de jogos tradicionais de tabuleiro.
O “51 Worldwide Games” foi pensado para quem, de vez em quando, gosta de pegar na consola apenas para um jogo rápido, para o gamer amador que se cansa rapidamente. E melhor, é um daqueles videojogos que consegue aproveitar — ainda que não ao máximo — o ecrã tátil e os comandos Joy-Con amovíveis da Switch para experiências multijogador. Não vou enumerar os 51 jogos, mas depois de ter experimentado todos, posso garantir que não falta nenhum. Há é um senão: nem todas as experiências são incríveis, mas no meio de tanta oferta isso era previsível.
Damos o exemplo do jogo número 51. É um piano, e tocar piano não é bem um jogo. Quanto mais consolas estiverem ligadas, mais oitavas tem o teclado, mas o que dizer? Já tentaram pensar em 51 jogos clássicos? É difícil, a certa altura. Depois de percorrer uma generosa lista de clássicos, a Nintendo fez uma interpretação extensiva daquilo que são jogos mundiais e este sortido tem também golfe, ténis de brincar ou pesca. Tudo experiências curiosas, mas que podem deixar o sentimento “OK, está visto, não jogo mais este”.
[o trailer de “51 Worldwide Games”:]
Se há uma falha a apontar neste título é que nenhum destes jogos parece estar realmente a completo. Pegando no exemplo do bowling, a proposta que o “Wii Sports” apresentava, para outra consola da Nintendo, a Wii, era bem mais satisfatória. Em 2020, os movimentos do comando não são tão fiáveis, nem os truques especiais se mostram precisos como seria de esperar.
Na verdade, a jogabilidade de “51 Worldwide Games” consegue ter o melhor e o pior da Switch. Por vezes, é interessante utilizar o ecrã tátil da consola para jogar. Contudo, nem sempre é possível. No caso do curling — e este é apenas um dos exemplos — seria interessante utilizar o ecrã tátil, mas tal não é possível. Ou seja, é necessário utilizar o analógico do comando e isso influencia muito experiência.
Ainda assim, o “51 Worldwide Games” não deixa de ser uma experiência interessante para quem gosta de jogar Switch e quer ter acesso rápido aos principais clássicos. De uma forma intuitiva, apesar de não ser sempre a mais divertida, este jogo ensina as regras de alguns dos grandes clássicos da história dos videojogos. E nem que seja para jogar xadrez ou quatro em linha, é muito provável que o jogador aqui regresse muitas vezes.
Além disto tudo, quanto mais jogamos mais vamos aprendendo sobre a origem dos principais títulos. Para quem não quer pensar muito no que jogar, “51 Worldwide Games” vai propondo até através de vários “bonecos” — ou “guias” — experiências para quem quer conhecer “clássicos mundiais”, “experiências a solo”, “jogos para fãs de desporto”, fazendo desta uma “proposta de verão” com tudo o que o que se espera de um lançamento do género.