A pandemia da Covid-19 levou a um aumento de quase 400% na hospitalização domiciliária em Portugal em doentes com outros problemas de saúde, como forma de libertar camas para doentes infetados com o coronavírus e reduzir o risco de infeção no hospitalar, escreve esta terça-feira o Jornal de Notícias.

De acordo com o JN, em maio deste ano havia um total de 2.722 doentes internados em casa, um aumento de 396% relativamente ao mesmo período do ano anterior (em que houve 549 doentes internados em casa). Já o número de hospitais a recorrer a esta modalidade praticamente triplicou, de dez em maio de 2019 para 28 em maio deste ano.

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O recurso à hospitalização domiciliária tem sido reforçado ao longo dos últimos anos e o objetivo é que seja alargado a todo o Serviço Nacional de Saúde em 2021, segundo disse ao JN o coordenador do Programa Nacional de Hospitalização Domiciliária, Delfim Rodrigues.

A pandemia deu um contributo assinalável neste domínio. Muitos hospitais aumentaram a oferta de hospitalização domiciliária “para poderem libertar camas nos serviços, caso fosse necessário”, disse o mesmo responsável àquele jornal. Até ao final de 2020, é estimado que um total de perto de 11 mil doentes venham a beneficiar desta modalidade de internamento (quatro vezes mais do que no ano anterior).

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O internamento dos doentes em casa tem, além dos óbvios benefícios de saúde (menor taxa de mortalidade e de reinternamento e maior qualidade de vida no período da hospitalização), grandes benefícios financeiros: um doente custa 45% menos ao SNS se ficar internado em casa.

Porém, nem todos os doentes podem ser internados em casa. O hospital tem de avaliar uma série de critérios, nomeadamente as condições de habitabilidade, a proximidade a uma unidade de saúde, o tipo de doença e a possibilidade de contacto direto com o doente.

Em entrevista à Rádio Observador o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares defende que o aumento do número de hospitais prontos para ter doentes internados em casa resulta de um grande esforço mas sublinha no entanto que o aumento dos hospitais preparados para internamentos domiciliários já estava a decorrer antes da pandemia de Covid-19.

Alexandre Lourenço lembra ainda que o internamento domiciliário é benéfico para os hospitais mas também para os doentes. Ouça aqui a entrevista da presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

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