Morreu Carlos Manuel Lopes Carvalho, bombeiro de 40 anos da corporação de Cuba que tinha ficado gravemente ferido há duas semanas no combate a um incêndio em Castro Verde, no distrito de Beja.
A notícia da morte do bombeiro foi dada em comunicado pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cuba. Na conta oficial da associação no Facebook, esta refere ter “o doloroso dever de comunicar o falecimento do BB3 Carlos Manuel Lopes Carvalho, ferido no incêndio de Castro Verde, e decretar o luto da instituição”.
Após uma prolongada luta pela vida que nos fez acreditar que fosse possível continuarmos com o Carlos junto de nós, infelizmente chegou o momento que nunca desejámos. Consola-nos o facto de sabermos que o nosso homem foi um bravo lutador pela vida até ao fim”, lê-se ainda no comunicado.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cuba transmite ainda “sentidos e respeitosos pêsames” à”família enlutada”, neste momento “de grande dor e sofrimento”. Os pêsames são dados “em nome dos corpos sociais e do comando e de todos os seus colegas e camaradas”.
A morte do bombeiro, que estava internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi confirmada também pelo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Cuba, José Galinha, à Agência Lusa.
Outro bombeiro ferido com gravidade está “estável”. Em julho, morreram 4 bombeiros
O combate ao incêndio florestal provocou ferimentos em cinco pessoas, tendo duas delas — dois bombeiros da corporação de Cuba — ficado com ferimentos graves, na sequência de queimaduras. Na altura, os dois feridos graves foram transportados para os hospitais de Santa Maria e São José, em Lisboa.
O incêndio, que deflagrou no dia 13 de julho (o alerta foi dado durante a tarde), chegou a ser combatido por mais de 150 bombeiros, obrigando a um corte no IP2. Foi dado como dominado na madrugada de quarta-feira, 14 de julho, tendo devastado uma área estimada em mais de dois mil hectares de seara, pasto e mato.
Segundo José Galinha, o outro bombeiro da corporação de Cuba, Carlos Heleno, de 30 anos, que também sofreu queimaduras graves no combate ao mesmo incêndio, está em “situação estável” no Hospital de São José, em Lisboa, para onde foi transportado de helicóptero.
Este é o quarto bombeiro a morrer em contexto de combate a incêndios em Portugal no mês de julho.
Costa envia “sinceros sentimentos” e vinca “profunda consternação” com morte
O chefe do Governo, António Costa, apresentou esta quinta-feira “sinceros sentimentos” a família, amigos e Bombeiros Voluntários de Cuba (Beja) pela morte do bombeiro Carlos Carvalho, ferido gravemente no combate a um incêndio em Castro Verde.
“Foi com profunda consternação que tomei conhecimento da notícia do falecimento do bombeiro Carlos Carvalho. Após vários dias a lutar pela vida, Carlos Carvalho acabou por não resistir. Neste momento de profunda dor, os meus pensamentos estão com a família, os amigos e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cuba”, lê-se em nota de pesar do gabinete do primeiro-ministro.
António Costa, em seu nome e do Governo, prestou “sinceros sentimentos” e envia também “uma palavra de solidariedade para com os restantes bombeiros que ficaram feridos naquele combate, a quem desejo as sinceras melhoras. Transmito aos bombeiros e a todos quanto estão empenhados no combate aos incêndios uma palavra de solidariedade, incentivo e agradecimento pelo trabalho que realizam por Portugal e por todos nós”.
Também o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, manifestou “profunda consternação” pela morte do bombeiro Carlos Carvalho, dos bombeiros da Cuba, que não resistiu aos ferimentos sofridos no combate ao fogo, refere a Agência Lusa.