Morreram 10.390 pessoas em Portugal em julho, o valor mais alto num mês comparável nos últimos 12 anos e mais 26% do que em julho de 2019. As contas são feitas pelo jornal Público, esta terça-feira, a partir dos dados que existem no sistema nacional de Vigilância da Mortalidade (eVM) – dados que, se forem cruzados com as 159 mortes com Covid-19 em julho, permitem constatar que só 1,5% das mortes terão tido como causa direta o novo coronavírus.

Este é um aumento da mortalidade em julho que as autoridades justificam com alguns dias de “calor extremo” que se verificaram no mês passado. A própria diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, chegou a ser confrontada com alguns destes dados a 17 de julho e indicou que “quase todos” os óbitos, sobretudo os na faixa etária acima dos 65 anos, estavam relacionados com o “intenso calor” que se fez sentir em alguns dias.

Os números dizem, porém, que se em abril, por exemplo, as mortes com Covid-19 equivaliam a 8% das mortes totais nesse mês, essa percentagem baixou para 1,5% em julho – algo que alguns especialistas em saúde ouvidos pelo jornal explicam, em parte, com um efeito secundário do confinamento, em que houve fortes limitações no acesso ao Serviço Nacional de Saúde para detetar e tratar outras patologias.

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