Os doadores internacionais assumiram, durante a conferência organizada pela França e pelas Nações Unidas, compromissos de cerca de 300 milhões de dólares (cerca de 253 milhões de euros) de ajuda de emergência ao Líbano, foi este domingo anunciado.
De acordo com a Presidência francesa, este montante inclui 30 milhões de euros da França.
Os doadores prometeram prestar ajuda de emergência, centrando-se no apoio médico e aos hospitais, escolas, alimentação e habitação.
Os países reunidos este domingo em videoconferência para discutir uma ajuda de emergência ao Líbano após a explosão que devastou Beirute anunciaram que o apoio será dado “diretamente” à população e com “transparência”.
“Os participantes concordaram que a sua assistência deve (…) ser coordenada sob a égide das Nações Unidas e fornecida diretamente à população libanesa, com o máximo de eficácia e transparência”, declararam os representantes de perto de 30 países, bem como da União Europeia, da Liga Árabe, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, num comunicado divulgado no final da reunião.
Os participantes, entre os quais se encontravam os presidentes francês, Emmanuel Macron, e dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiram na necessidade de uma “investigação imparcial, credível e independente” sobre as circunstâncias da catástrofe, que causou 158 mortos, mais de 6.000 feridos e até 300.000 desalojados.
O Presidente libanês, Michel Aoun, excluiu na sexta-feira um inquérito internacional ao sucedido, que admitiu poder dever-se a negligência ou a um míssil.
As autoridades libanesas têm atribuído a catástrofe a um incêndio num depósito no porto onde se encontravam armazenadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio, substância química perigosa, “sem medidas de precaução”.
Além da ajuda de emergência, que segundo a Presidência francesa é oferecida sem condições, os participantes na conferência declararam-se preparados para apoiar a posterior recuperação económica e financeira do país, que insistiram exige que as autoridades do Líbano se comprometam a realizar as reformas solicitadas pela sua população.
A explosão alimentou a raiva de uma população já mobilizada desde o outono de 2019 contra os líderes libaneses, acusados de corrupção e ineficácia, e levou às ruas milhares de pessoas, que pediram explicações aos seus dirigentes.