A polícia venezuelana deteve 22 jovens, entre eles duas lusodescendentes de 19 e 20 anos, por violarem a quarentena preventiva da Covid-19 e realizar uma festa em Altamira, município de Chacao, no leste de Caracas, anunciaram hoje as autoridades municipais.

A detenção teve lugar sábado e os detidos são acusados de violar o decreto de Estado de Alarme que vigora no país desde março último e que proíbe a realização de festas, reuniões ou aglomerações e que impõe o uso obrigatório de máscara de distanciamento social preventivo da Covid-19.

“Recebemos inúmeros telefonemas de vizinhos da zona informando que estavam havia uma festa no ‘penthouse’ (último piso) do edifício Helena. Quando fomos lá constatamos que havia 25 pessoas dentro do apartamento, consumindo bebidas alcoólicas e violando totalmente as medidas radicais de quarentena e segurança”, disse o presidente da câmara municipal aos jornalistas.

Gustavo Duque explicou que “não estão permitidas atividades” que representem um risco para quem as frequente, vizinhos, familiares e quem se relacione com estas pessoas.

“É muito importante que todos entendamos que os nossos policiais e funcionários da proteção civil estão literalmente arriscando as suas vidas para que o município seja seguro. A pandemia pode afetar a todos e o ciclo de crescimento ainda não diminuiu”, frisou.

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Por outro lado, através da rede social Twiter, Gustavo Duque precisou que as autoridades aguardam os resultados de testes rápidos feitos aos detidos e que há suspeitas de que quatro dos participantes na festa vão testar positivo para a Covid-19.

Uma portuguesa radicada em Altamira explicou à agência Lusa que os jovens aguardam ser apresentados perante um juiz, o que deverá ocorrer entre hoje e segunda-feira.

Na Venezuela estão confirmados 24.961 casos de pessoas infetadas e 215 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 12.960 pacientes.

Pelo menos dois cidadãos portugueses, um da área de panificação e outra da restauração, testaram positivo para a Covid-19, tendo feito tratamento e recuperado da doença, em Caracas.

Vários políticos venezuelanos estão a fazer tratamento e em isolamento após testes positivos da doença Covid-19 e a imprensa local tem dado conta da morte de vários médicos e enfermeiros, vítimas do coronavírus.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto, estando a população impedida de circular entre os distintos municípios do país.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 727 mil mortos e infetou mais de 19,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.756 pessoas das 52.668 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.