O Governo vai manter a situação de contingência em Lisboa até ao final do mês de agosto devido à pandemia. O atual período de medidas excecionais termina esta sexta-feira, dia seguinte à realização do Conselho de Ministros que, segundo apurou o Observador, vai decidir manter tudo como está já nesta quinta. Ou seja, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) em estado de contingência e o resto do país em alerta (um nível abaixo da situação de contingência e dois abaixo da calamidade, segundo a lei de bases da Proteção Civil).

A ideia do Executivo é também não alterar as medidas que estão em vigor nesta região, onde os estabelecimentos comerciais estão a fechar às 20h00 (exceto restaurantes, estabelecimentos desportivos ou farmácias), os supermercados às 22h00, é proibido beber na via pública e estar em ajuntamentos com mais de 10 pessoas. O Governo chegou até a ter uma reunião pré-agenda com os autarcas da AML para esta segunda-feira, mas o Observador confirmou que esse encontro não se realizou já que a intenção é manter tudo igual, não sendo necessário reavaliar em pormenor as situações nos vários concelhos.

Este estado de contingência foi decretado no final de julho, depois de a AML ter tido 19 freguesias em estado de calamidade, com o Governo a optar pela uniformização das medidas a toda a área no período que agora será prolongado. Aliás, este prolongamento até ao final do mês de agosto surge precisamente no arranque da fase final da Champions em Lisboa (vai decorrer entre esta quarta-feira e o dia 23 de agosto), pelo que conservar medidas de carácter mais restritivo — sobretudo do que diz respeito a ajuntamentos — pode ser uma mais valia para controlar o ambiente à margem dos sete jogos que vão decorrer entre os estádios da Luz e o de Alvalade.

Restrições vão ser iguais em toda a região de Lisboa e continuam em agosto. Fim de estado de calamidade nas 19 freguesias

Em princípio vão também continuar a vigorar as medidas relativas a restaurantes e bares. Recorde-se que no final de julho, o Governo determinou que o acesso aos restaurantes podia ser feito até à meia noite, mas que têm de encerrar obrigatoriamente à uma da manhã. Já os bares e outros estabelecimentos de bebidas só podem funcionar como cafés ou pastelarias, sem discotecas ativas.

Na altura em que as medidas restritivas para esta área especifica foram tomadas pelo Governo, depois de validadas com os autarcas locais, o número de novos casos diários na região de Lisboa e Vale do Tejo estava sistematicamente acima dos 300 (na melhor das hipóteses, 200). O aperto do cerco nesta região, em no mês de julho, teve um reflexo nos dados diários divulgados pela Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país. Nos últimos 15 dias, o número de casos de Covid-19 a surgirem nesta mesma região ficou acima dos 200 em apenas um dia (7 de agosto). Neste mesmo espaço de tempo, o dia 3 de agosto foi aquele em que menos casos novos foram registados em Lisboa e Vale do Tejo (66).

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