O Urus, por si só, tem o mérito de ser um SUV com prestações ao nível dos melhores superdesportivos, ou não fosse este o terreno onde a Lamborghini tradicionalmente joga e ganha. Daí que o “super SUV” de Sant’Agata Bolognese, como a marca gosta de descrevê-lo, chame a atenção não só de muitos compradores (é o responsável por as vendas da marca terem duplicado), como também dos mais afamados preparadores. Se, por ocasião do Salão de Genebra, que não chegou a realizar-se, a Mansory surpreendeu com uma radical e pouco discreta transformação do Urus, agora foi a vez de a Hennessey ter-lhe dedicado a sua atenção. Só que, ao contrário da proposta alemã, o preparador do Texas concentrou-se apenas no essencial: o 4.0 V8 Twin-Turbo.
Da atenção que lhe foi dedicada resultou um kit de transformação meramente técnico, ou seja, não há quaisquer alterações na estética do SUV italiano, pelo que a unidade modificada em nada indicia ter sido mexida – o que pode ser encarado como uma vantagem para os que gostam de passar despercebidos e, simultaneamente, ter à sua disposição mais 110 cv. É precisamente este o número de cavalos da manada adicional que a Hennessey junta aos já expeditos 650 cv do Urus “normal”, o que eleva a potência da besta a uns bestiais 760 cv, baixando os 0-97 km/h para 2,65 segundos.
Sujeito ao teste do dinamómetro, que mede o torque que chega às rodas e não aquele que é fornecido pelo motor, o Urus sem o kit de transformação da Hennessey registou 554 cv e 822 Nm, ao passo que com o kit saltou para 629 CV e 990 Nm, na mesma medição em banco de potência.
De acordo com o preparador norte-americano, para “espremer” mais 110 cv do 4.0 V8 Twin-Turbo foram introduzidas melhorias na admissão, com a adopção de filtros menos restritivos, a par de modificações na unidade de controlo electrónico do motor (ECU), devidamente acompanhadas por um novo sistema de escape de alto rendimento, com uma sonoridade mais gritante e entusiasmante. Não que os 650 cv do Urus sem o kit HPE750 trauteiem uma música aborrecida…