A rede social chinesa TikTok e a empresa que a detém, a Byte Dance, processaram administração de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, por banir a aplicação do país. Como avança o The Verge, o TikTok justifica este processo dizendo: “Não decidimos processar o governo de forma leviana, porém, sentimos que não temos escolha a não ser tomar medidas para proteger os nossos direitos e os direitos da nossa comunidade e funcionários”.
De acordo com o processo intentado no tribunal distrital dos EUA da Califórnia, os réus são “Donald J. Trump, na sua capacidade oficial como Presidente dos Estados Unidos”, “Wilbur J. Ross Jr, na sua capacidade oficial como Secretário de Comércio” e o departamento do comércio. Em comunicado, o TikTok afirma ainda que a administração [Trump] ignorou os “extensos esforços” desta empresa para resolver “as preocupações” do Presidente.
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Donald Trump assinou no início de agosto,uma ordem executiva que proíbe todas as transações com a ByteDance, a empresa mãe chinesa da rede social TikTok, no prazo de 45 dias. De acordo com o executivo, o Tik Tok representa uma “ameaça à segurança nacional”. No mesmo dia, a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, defendeu as ordens contra o TikTok e o WeChat, um serviço de mensagens chinês, e disse que o presidente estava a exercer a sua autoridade de emergência sob uma lei de 1977 que o permite regular o comércio internacional para lidar com ameaças incomuns.
De acordo com este processo, o Tik Tok alega que o executivo de Trump não apresentou provas para banir a app. “Especialistas independentes em segurança nacional e segurança da informação criticaram a natureza política desta ordem executiva e expressaram dúvidas sobre se o objetivo declarado de segurança nacional é genuíno”, alega o Tik Tok.
Além deste processo, a única alternativa para a rede social é ser adquirida até 15 de setembro, algo que empresas norte-americanas como a Microsoft ou a Oracle já mostraram interesse. Contudo, não havendo solução, o Tik Tok junta-se a outras empresas chinesas como a Huawei ou a ZTE que são vistas pelos EUA e alguns aliados como ameaças à soberania nacional dos Estados por alegado conluio com o Partido Comunista Chinês. Desde 2009 que um dos principais concorrentes do TikTok, o Facebook, está banido na China continental.
O TikTok, antigo Musical.ly, é uma rede social de partilha de vídeos curtos (até 15 segundos), que pertence à ByteDance, empresa tecnológica chinesa fundada em 2012 por Zhang Yiming, que é, atualmente, o unicórnio (empresa privada avaliada em mais de mil milhões de dólares) mais valioso da história. Segundo o ranking da CB Insights, uma base de dados de investimento em capital de risco, a ByteDance está atualmente avaliada em cerca de 140 mil milhões de dólares (117 mil milhões de euros).