O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou este domingo ser possível a conclusão de um acordo comercial da China com a União Europeia (UE) sobre investimentos até ao final do ano, durante uma conferência em Paris.

Exaltando as ligações entre a China e a Europa, que, segundo o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, têm “a responsabilidade” de trabalhar em conjunto para “um mundo mais estável”, o governante disse estar a “pensar, nomeadamente, em acordos de investimento”, em negociação há vários anos.

“Nós temos a possibilidade de os concluir até ao final do ano. É necessário fazê-lo passo a passo”, disse Wang Yi, citado pela AFP, numa conferência no Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), em Paris, no quadro de uma visita à Europa que visa reforçar as ligações chinesas com o continente, numa altura em que as tensões chinesas com os Estados Unidos são fortes.

O chefe da diplomacia chinesa afirmou que a Europa e a China têm “duas tradições de abertura política, importantes para evitar que a burocracia interfira nos detalhes técnicos”.

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Na sexta-feira, ao receber o chefe da diplomacia chinesa no Palácio do Eliseu, o presidente francês, Emmanuel Macron, evocou a agenda comum com a Alemanha e os restantes parceiros europeus mais próximos, sublinhando a importância de construir uma parceria “sólida e equilibrada”, com base nos princípios da reciprocidade e nas regras multilaterais.

A China e a UE negoceiam há sete anos um acordo sobre a proteção de investimentos estrangeiros entre as duas partes, o que gera várias preocupações aos Estados Unidos, no âmbito da sua ‘guerra’ comercial com a China.

As preocupações norte-americanas versam sobre o respeito pela propriedade intelectual, o fim das transferências de tecnologia, impostas às empresas estrangeiras, e subvenções dadas a empresas públicas chinesas.

Em maio, o embaixador da União Europeia em Pequim, Nicolas Chapuis, indicou que a UE esperava chegar a um acordo em setembro acerca dos investimentos estrangeiros, algo que considerou “chave” para a retoma mundial, esperada depois da pandemia de covid-19.

No entanto, em junho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fez referência a uma relação “difícil” entre as duas partes, afirmando que desejava “mais ambição da parte da China para concluir o acordo no final do ano”.

A pandemia de covid-19 desregulou os calendários internacionais, adiando nomeadamente uma cimeira extraordinária com o presidente chinês Xi Jinping, inicialmente prevista para setembro em Leipzig, na Alemanha.