A sociedade americana de biotecnologia Moderna, uma das nove no mundo na última fase de ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19, publicou esta quinta-feira um protocolo completo do ensaio, sendo a primeira empresa a responder aos apelos de maior transparência.

A iniciativa acentua a pressão sobre as concorrentes, nomeadamente o laboratório Pfizer, outro fabricante americano atualmente na fase 3 ativa dos ensaios nos Estados Unidos, que passa por verificar em dezenas de milhares de voluntários a eficácia e a segurança da vacina experimental.

A corrida às vacinas tornou-se muito politizada nos EUA com a aproximação da eleição presidencial de 3 de novembro. Donald Trump já prometeu na quarta-feira que haverá uma vacina autorizada até outubro, sustentando dúvidas de eventuais pressões sobre a Agência dos Medicamentos (FDA), que deverá tomar a decisão.

Não confio em Donald Trump”, afirmou o rival democrata, Joe Biden.

Os peritos e responsáveis da administração Trump dizem que não podem prever os resultados dos ensaios em curso e que é de todo improvável ter resultados antes do fim do ano. As doses serão muito limitadas na fase inicial, insistiram as autoridades sanitárias.

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Trump volta a contradizer peritos e promete 100 milhões de doses de vacina em 2020

A própria Moderna aponta para resultados em novembro. Outubro é possível, mas “improvável”, disse esta quinta-feira na CNBC o diretor-geral da empresa, Stéphane Bancel. O protocolo publicado, com 135 páginas e classificado como “confidencial”, fixa os parâmetros do ensaio e os critérios para dizer quando e como considerar os resultados conclusivos.