O ministro da Administração Interna (MAI) determinou esta quinta-feira à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a “abertura de um inquérito para apurar a atuação da PSP e eventuais responsabilidades no caso do deputado socialista Ascenso Simões”.

O deputado terá alegadamente recebido uma ordem de detenção por parte de um agente da PSP, na rua de São Bento, em Lisboa, junto ao parlamento, depois de uma troca de insultos com o polícia, noticiou na quarta-feira o jornal Correio da Manhã, versão que foi, entretanto, desmentida pela direção daquela força policial.

O incidente, confirmado ao CM pelo deputado, surgiu depois de Ascenso Simões ter sido mandar parar junto a umas obras a decorrer naquela artéria. “[O polícia] disse-me que estava detido”, disse Ascenso Simões ao CM, mas a PSP afirmou, entretanto, em comunicado, que “não foi dada qualquer ordem de detenção a qualquer cidadão na situação em apreço”.

Segundo o CM, “a troca de argumentos verificou-se quando o deputado pretendeu estacionar no parque do parlamento enquanto o agente terá pedido para estacionar no exterior”.

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O agente que me havia interpelado veio ao meu encontro e, sem modos, pediu-me a identificação por eu estar a implicar com a autoridade”, justificou Ascenso Simões.

Uma testemunha ocular confirmou ao CM que existiu uma troca de insultos entre o deputado e os polícias que acabaria por envolver também vizinhos.

Num comunicado divulgado na quarta-feira ao final da tarde, a PSP afirma que “sobre um vídeo, registado por um cidadão anónimo e que está hoje [quarta-feira] a circular nas redes sociais, acerca de uma situação na via pública que envolveu um polícia e um deputado” da Assembleia da República, “por regra, a Polícia de Segurança Pública não comenta situações relacionadas com pessoas integrantes de órgãos de soberania”.

“Ainda assim, afigura-se conveniente esclarecer que não foi dada qualquer ordem de detenção a qualquer cidadão na situação em apreço” e que “os factos que haja a analisar, serão reportados às autoridades competentes”, acrescenta a PSP.