Rui Rio instou esta quinta-feira o Governo a olhar para o apoio social, alertando para um possível aumento do abandono escolar potenciado pelas consequências económicas da pandemia de Covid-19 nas famílias.

Após uma reunião com a equipa reitoral da Universidade do Algarve em Faro o presidente do Partido Social Democrata (PSD) questionou a redução das propinas efetuada pelo governo, realçando que “agora há partidos da esquerda a querer reduzir mais” e interrogando se não seria “muito mais justo” não o ter feito e ter canalizado esse dinheiro “para o apoio ao alojamento”.

Hoje o principal problema em termos de acesso [ao ensino superior] é o alojamento. É o estudante que não tendo uma Universidade ao pé da porta se tem de deslocar e pagar preços violentíssimos e incomportáveis para muitas famílias”, alertou.

O líder social-democrata defendeu que é necessário “olhar com mais atenção para o reforço da ação social” num princípio da igualdade de oportunidades. “Se as pessoas quando jovens têm vontade de estudar e não depois têm condições para o fazer por razões financeiras, agora agravadas pela pandemia, estamos a violar esse princípio” afirmou.

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Destacando a igualdade de oportunidades como um ideal social-democrata, considerou não será possível “alcançá-lo na sua plenitude”, mas defendeu que se deve “caminhar para esse ideal”.

Questionado sobre o recurso a unidades hoteleiras para aumentar a ofertas de alojamento no ensino superior, Rui Rio realçou que é preciso passar da teoria para a realidade e “ver em que condições” é que a medida é vantajosa para os hoteleiros.

O líder social democrata destacou que os hoteleiros estão à espera que “a qualquer momento o turismo possa disparar”, para melhor a suas receitas, o que não será possível se os quartos estiverem alugados “por preços mais baixos o ano letivo todo”.

Temos de olhar para os dois lados, por um lado era bom que os hotéis estivessem disponíveis para isso, por outro, temos de compreender a extrema dificuldade por que estão a passar e eles têm naturalmente de fazer contas e fazem-nas certamente”, conclui