O presidente da câmara de Vila Nova de Gaia mostrou-se esta sexta-feira preocupado com a subida do número de casos de infeção pelo novo coronavírus a Norte, associando-a aos jovens, razão pela qual decidiu “intensificar” a sensibilização nas escolas.
“Nos últimos 15 dias, na região do Porto, os números subiram, mas o que é preocupante é que a classificação etária desta subida está focada nos jovens. Nos jovens universitários e não universitários. É preciso um trabalho nesta área. Os jovens aumentam os números, podem não constituir casos graves, mas levam a infeção para casa para os pais e avós”, disse o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
Em declarações à agência Lusa, Eduardo Vítor Rodrigues avançou que estão a ser distribuídos, desde quinta-feira e até “pelo menos” o final deste mês, folhetos de sensibilização sobre a Covid-19 e máscaras nas portas das escolas do concelho, com destaque para as EB (Escolas Básicas) 2-3 e Secundárias.
A tarefa está a cargo do Conselho da Juventude de Vila Nova de Gaia, órgão consultivo do município que junta representantes de partidos, de associações de estudantes e outras associações juvenis e locais, bem como das juntas de freguesia.
Considerando que a atual fase de contenção do surto do novo coronavírus necessita “mais de pedagogia do que de medidas extremas”, o autarca avançou que também foi decidido reforçar a entrega de máscaras “em alguns contextos mais específicos”, dando o exemplo dos empreendimentos sociais. “Estas já não são ações de sensibilização por falta de produto, como aconteceu na primeira fase [entre março e maio]. Agora há máscaras e várias soluções no mercado. Estas são ações de sensibilização simbólica”, frisou. “Pedimos às pessoas que, mais do que tudo, ‘usem’. O cidadão precisa de perceber que é uma parte importante neste processo. Isto não passou e piora se cada um de nós não fizer a sua parte”, acrescentou.
Na segunda-feira, no período antes da ordem do dia de uma reunião camarária, Eduardo Vítor Rodrigues anunciou que na próxima semana serão reveladas as regras sobre o funcionamento dos cemitérios a 01 de novembro. Questionado esta sexta-feira se mantém a intenção de permitir visitas aos cemitérios no Dia de Todos os Santos, o autarca disse “respeitar muito” quem “por precaução prefere fechar”, mas avançou que o modelo que pretende adotar “nesta e em outras matérias” é o de “salvaguardar as pessoas sem fechar tudo à chave”.
“Os shoppings também não estão fechados à chave e ainda hoje se fala de abrir estádios de futebol. Acho exagerado que se olhe para os cemitérios como locais de infeção, mas claro que não podemos tê-los abertos como um dia normal”, disse. Polícia à porta para contar as entradas e saídas, número limite de pessoas de acordo com a área de cada cemitério, regras ligadas ao uso de máscara e higienização de mãos e superfícies, bem como um período de tempo limite de permanência não superior a 45 minutos, são algumas das medidas já decididas.
Já os párocos de Gaia acertaram não fazer celebrações no interior dos cemitérios, como as tradicionais procissões do Dia dos Fiéis, para evitar concentrações. “Até ao momento não tenho razões para achar que, em Gaia, a melhor solução seja fechar, porque temos proliferação de mais de 20 cemitérios pelas freguesias. Percebo que, nos municípios que têm dois ou três cemitérios, seja complicado pensar que não haverá concentração. Não é o caso de Gaia”, disse o autarca.
O concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) de segunda-feira, regista 2.589 casos de infeção. A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e noventa e nove mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.149 em Portugal.