Há muitos produtos que se podem devolver ao fim de um determinado período após a compra, caso o cliente não esteja satisfeito, mas não os automóveis. Isto não acontece por má vontade dos fabricantes, mas devido à desvalorização considerável que os carros sofrem assim que são matriculados e, mais ainda, se percorrem alguns quilómetros. Contudo, para demonstrar confiança nos seus modelos, a Tesla distinguia-se por oferecer a possibilidade de aceitar a devolução do modelo e restituir o pagamento até sete dias e 1600 km, sem fazer qualquer pergunta. Agora este argumento de venda deixou de existir.
Can order online in 2 mins for home delivery & return in 7 days for full refund https://t.co/46TXqRrsdr
— Elon Musk (@elonmusk) April 24, 2019
A alteração foi detectada pela imprensa norte-americana, mas não foi alvo de qualquer anúncio por parte do construtor de Palo Alto, que se limitou a anular o período experimental, que se podia consultar através do site da marca.
Quando esse período experimental foi lançado, em 2012, os automóveis eléctricos ainda eram uma coisa do outro mundo e era necessário desafiar os clientes a utilizar um Tesla para se aperceberem da rapidez, autonomia e sistemas de ajuda ao condutor. Porém, com a introdução do Model 3 e mais recentemente do Model Y, o fabricante deixou de vender 100.000 veículos por ano, apontando em 2020 para a fasquia das 500.000 unidades, ainda que para tal necessite de um 4º trimestre particularmente bom.
Tesla #China cancels 7-day trial period that guarantees full refund, local social media speculates as it finds that the link to the plan cannot be found on the official web anymore, only via search engine. https://t.co/E1JZ2pAf7u
— Moneyball (@DKurac) October 16, 2020
A Tesla nunca revelou a percentagem de clientes que devolvem os veículos após o período experimental dos sete dias, nem o “rombo” na rentabilidade da empresa que isso representa. Mas é fácil concluir que, à medida que o volume de produção aumenta, este tipo de promoção torna-se rapidamente incomportável.