Berchtesgaden, na Baviera, foi o primeiro município alemão a impor um novo confinamento nesta segunda vaga da pandemia de Covid-19, mas o ministro federal da Saúde, Jens Spahn, não descarta que venha a ser aplicado noutros locais, conforme disse à ZDF, na terça-feira.
No sopé dos Alpes e próximo da Áustria e Itália, o município tem visto um grande aumento do número de casos de SARS-CoV-2: no acumulado a sete dias, tinha 273 novos casos por 100 mil habitantes, contra os 56 novos casos por 100 mil habitantes na Alemanha. O crescimento descontrolado de casos no município parece estar relacionado com uma festa e as autoridades admitem que perderam o controlo do rastreamento dos contactos e possíveis infetados.
Entre as medidas agora impostas em Berchtesgaden, cidade sobre a qual fica a antiga casa-refúgio de Adolf Hitler, numa montanha, estão o encerramento de escolas, jardins de infância, restaurantes, cinemas, teatros, hóteis e ginásios durante duas semanas e as restrições às saídas: os habitantes só podem sair de casa por motivo de saúde, para trabalhar, comprar bens de primeira necessidade ou praticar desporto ao ar livre, referiu a DW. Qualquer saída só pode ser feita na companhia do agregado familiar.
A decisão foi conhecida na noite de segunda-feira e todos os turistas tiveram de abandonar a região até às 14h de terça-feira, quando tinha início o confinamento, noticiou o jornal ABC. Grande parte do estado da Baviera, que faz fronteira com a Áustria e a República Checa (que tem assistido a uma disseminação descontrolada do vírus), tem já medidas mais restritas do que o resto do país, mas em estado nenhum se aceita de bom grado que se imponham confinamentos.
A Alemanha registou, esta quarta-feira, 7.595 novos casos de SARS-CoV-2, mais 727 do que no dia anterior. Depois de três dias abaixo dos 7.000 casos, o país voltou a aproximar-se do recorde de 7.830 casos atingido no sábado. A Alemanha teve, no total, 380.762 infeções e 9.875 pessoas morreram devido à doença.