No dia em que o Governo anunciou novas restrições em concelhos específicos (Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira) e proibiu as deslocações entre concelhos em todo o território durante cinco dias (entre 30 de outubro e 3 de novembro), o número de novas infeções foi, pela primeira vez desde o início da pandemia, superior a 3 mil (3.270) e o número de doentes internados atingiu também um novo máximo. Há agora 1.365 pessoas internadas em unidades hospitalares em todo o país. E um índice que coloca o país à frente dos Estados Unidos — num dos piores referenciais — nos últimos 14 dias houve uma média de 244,6 novos infetados por cada 100 mil pessoas. Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia, esse índice está neste momento abaixo: são em média 239 novas infeções por cada 100 mil habitantes.
A ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha durante a conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros descrito a tendência do aumento do número de casos como “previsível” e frisou: deve manter-se nos próximos dias. Não sendo uma situação exclusiva de Portugal, já que há vários países europeus a atravessar uma fase de crescimento acentuada dos números da pandemia, Portugal está à frente de vários: Itália (com 191,1 novas infeções por cada 100 mil habitantes); Alemanha (103,9 por cada 100 mil); Hungria (176,2 por cada 100 mil). Ainda assim, os países vizinhos Espanha e França registam índices de infeção superiores ao de Portugal neste momento. Em Espanha a média é de 362,4 novas infeções por cada 100 mil habitantes e França são 462,6 infeções.
Já em relação ao número de internamentos reportados no boletim desta quinta-feira, é o maior desde o início da pandemia. Até aqui o pior dia em termos de número de doentes internados era o dia 16 de abril, com 1.302 doentes nas unidades hospitalar, mas esta quinta-feira o número passou para os 1.365. Há uma diferença positiva: a 7 de abril o número de doentes em cuidados intensivos era de 271, ainda distante dos atuais 200.
Nas últimas 24 horas foram internadas mais 93 pessoas, estando em enfermaria geral 1.165 doentes e os restantes nas unidades de cuidados intensivos (mais 13 que no boletim da última quarta-feira).
Quatro mortes na casa dos 60 anos
Dos 16 mortos registados em 24 horas, em consequência da Covid-19, quatro eram homens com idade entre os 60 e os 69 anos, três eram homens entre os 70 e os 79 anos; seis eram homens acima dos 80.
Já nas mulheres, morreram mais três com mais de 80 anos, aumentando o total de mortes entre mulheres desde o início da pandemia para 1.107 (838 das quais com mais de 80 anos). Já morreram 1.138 homens (dos quais 665 tinham mais de 80 anos, 276 entre os 70 e os 79 anos e 135 entre os 60 e os 69 anos). Na faixa etária dos 60 aos 69 a diferença na mortalidade de homens e mulheres é significativa, já morreram 135 homens e as mulheres foram 63.