Uma doente Covid-19 com menos de 60 anos, que precisava da técnica de suporte vital ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), foi transportada para Lisboa nas últimas horas por não haver camas suficientes no Centro Hospitalar de São João, no Porto.

A doente estava internada no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde não existe o referido serviço. O Centro Hospitalar de São João recebeu na segunda-feira à noite uma solicitação para resgatar a doente mas, não tendo capacidade para a receber, optou por transferi-la para outro centro de referência, ou seja, para o Hospital de São José em Lisboa (tanto este como o Santa Maria são referências ECMO na capital).

Em declarações ao Observador, Roberto Roncon, coordenador do Centro de Referência de ECMO do São João, explica que a capacidade no hospital onde trabalha “é muito variável” e que, se fosse hoje, a unidade já teria vaga para receber a doente em causa.

O São João tem 14 camas com equipamento ECMO, das quais 11 estão reservadas à Covid-19. Roberto Roncon esclarece ainda que este é um procedimento habitual e que o São João também já recebeu, em momentos anteriores, doentes vindos de Lisboa.

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Como já antes explicou o Observador, “ECMO” é um acrónimo para Oxigenação por Membrana Extracorporal, uma técnica de suporte de vida utilizada em doentes críticos com falência cardíaca ou pulmonar quando todas as outras medidas não resultaram. A vantagem é que ajuda o doente a respirar, reduz o risco de lesão pulmonar, apoia o sistema circulatório e diminui as possibilidades de sequelas cardíacas. Por outro lado, pode também provocar hemorragias ou a entrada de bolhas de ar nos vasos sanguíneos, por exemplo.