A Procuradoria Anticorrupção espanhola está a investigar desde o final de 2019 Juan Carlos, a rainha Sofia e outros familiares — incluindo alguns dos netos — pelo uso de cartões de crédito cujos fundos são provenientes do estrangeiro, avança o El Diario. Os atos em questão são posteriores à abdicação do rei emérito, em 2014, pelo que Juan Carlos não goza da prerrogativa constitucional de imunidade que, enquanto monarca vigente, o deixaria livre de qualquer responsabilidade penal.
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Os cartões de crédito em causa foram pagos a partir de uma conta da qual nem o rei emérito nem a respetiva família surgem como titulares, isto de acordo com várias fontes próximas da investigação consultadas pelo jornal espanhol. Entre as pessoas que terão beneficiado destes cartões não estão os atuais reis de Espanha, nem tampouco a princesa das Astúrias, Leonor de Borbón, ou a irmã.
Os movimentos financeiros em causa dizem respeito a 2016, 2017 e 2018. A Procuradoria Anticorrupção está a investigar todos os gastos, bem como a origem dos fundos — a justiça espanhola enviou cartas rogatórias para vários países e já apurou indícios de presumível evasão fiscal ao encontrar rendimentos não declarados superiores a 120 mil euros num só ano fiscal.
Entretanto, já foram identificados dois suspeitos alegadamente afetos a este esquema: um cidadão mexicano e um tenente da Força Aérea Espanhola de confiança de Juan Carlos. De referir ainda que as despesas encontradas no cartão da rainha Sofia sugerem várias viagens a Londres, onde esta mantém uma residência há vários anos. Ainda assim, os relatos que vão surgindo na imprensa espanhola não são completamente coincidentes, com o El Mundo a garantir, por via de fontes anónimas, que Sofia não está a ser investigada.
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Os indícios criminais não estão relacionadas com a investigação assente nos 65 milhões de euros, um montante que o antigo monarca é suspeito de ter desviado para o rei da Arábia Saudita, e que, de acordo com El Confidencial, será arquivada pela justiça espanhola. Esta é a segunda investigação a Juan Carlos por parte da Procuradoria no último ano e meio.