Quase 800 mil idosos já se vacinaram contra a gripe, segundo dados do “Vacinómetro”, que revelam também que mais de metade dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes receberam a vacina no primeiro mês da campanha.

Os dados esta sexta-feira divulgados da primeira vaga do relatório “Vacinómetro”, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal 2020/2021, estimam que, até ao final de outubro, já tinham recebido a vacina contra a gripe 773.676 portugueses com 65 ou mais anos (38,1% do total de pessoas nesta faixa etária) e 152.213 com idades entre os 60 e os 64 anos (23,55%).

Em comparação com o período homólogo de 2019, foram vacinados mais cerca de 200 mil idosos este ano, o que representa um aumento de 9,9 pontos percentuais, refere em comunicado o “Vacinómetro”, promovido pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio da Sanofi Pasteur.

No primeiro mês da campanha de vacinação contra a gripe, registou-se uma subida da cobertura vacinal em todos os grupos, mas em particular entre os profissionais de saúde em contacto direto com doentes. Neste grupo, já tinham sido vacinados 61,9% dos profissionais, representando mais 37,9 pontos percentuais, a subida mais elevada, uma vez que no ano passado, pela mesma altura, a vacina tinha chegado a apenas 24% dos profissionais.

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O grupo dos portadores de doença crónica registou uma subida de 8,6%, com 37,4% dos indivíduos vacinados. Entre as mulheres grávidas, que foram este ano pela primeira vez incluídas na vacinação gratuita, já foram vacinadas 41,2%.

O principal motivo que levou os portugueses a se vacinarem foi a recomendação do médico (44,1%), seguido da vacinação no contexto de uma iniciativa laboral (36,4%), registando-se aqui uma subida de 21,9 pontos percentuais em relação ao ano passado.

Houve 11,8% que se vacinaram por iniciativa própria, para se protegerem, 6,2% porque sabem que fazem parte de um grupo de risco para a gripe e 0,4% por recomendação do farmacêutico. O “Vacinómetro” destaca ainda que 92,6% desta amostra de população vacinada não o fez este ano pela primeira vez.

“Ou seja, apenas os restantes 7,4% não tinham histórico de vacinação contra a gripe, sendo esta percentagem mais elevada no grupo dos profissionais de saúde que estão em contacto com doentes”, lê-se no comunicado.

A maioria das pessoas (76,6%) recebeu a vacina gratuitamente no centro de saúde, 10,6% na farmácia ao abrigo do contingente de vacinas cedidas pelo SNS e apenas 7,3% efetuaram a compra também na farmácia.

A campanha de vacinação do Serviço Nacional de Saúde arrancou em 28 de setembro, com uma primeira fase que incluiu apenas as faixas da população consideradas prioritárias, como residentes em lares de idosos, grávidas e profissionais de saúde e do setor social que prestam cuidados. A segunda fase, que passou a incluir também pessoas com 65 ou mais anos e pessoas com doenças crónicas, começou em 19 de outubro.

A gripe é uma doença contagiosa e que geralmente se cura de forma espontânea. As complicações, quando surgem, ocorrem sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou com mais de 65 anos.