O filme “O Nosso Cônsul em Havana”, de Francisco Manso, vai chegar às salas portuguesas de cinema no próximo dia 19, anunciou esta segunda-feira a associação Zero em Comportamento.

Com Elmano Sancho como protagonista, o filme acompanha a chegada de Eça de Queirós a Havana, e a sua permanência no país, como diplomata, na sua primeira missão consular, de dezembro de 1872 a março de 1874, ajudando “a desvendar uma faceta menos conhecida de um dos maiores nomes da nossa literatura, a de defensor dos Direitos Humanos e exímio diplomata”, lê-se no comunicado.

O filme chega às salas mais de um ano depois de a versão televisiva, com cerca de 10 horas de duração, se ter estreado em 2019 na RTP1, numa série de 13 episódios, tendo conseguido mobilizar mais de 300 mil espectadores por episódio.

A ação do filme mantém “o desfilar de personagens com quem” Eça de Queirós convive, das mais altas personalidades políticas, a fazendeiros e grandes proprietários, sem esquecer as mulheres por quem se apaixona e os inimigos que fez no Casino de Havana e “noutros palcos do jogo e de decisões geopolíticas”, adianta a Zero em Comportamento.

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A questão da escravatura assume também dimensão no filme, através da personagem Lô (interpretada por Zirui Cao). “Apesar de abolida no papel”, a escravatura continuava bem viva na prática, recorda a sinopse da obra.

O elenco conta com atores como António Capelo, Joaquim Nicolau, Luísa Cruz, João Lagarto, José Eduardo, Mafalda Banquart, Rodrigo Santos e Pedro Frias, entre outros e novos nomes, na maioria vindos da ACE — Escola de Artes do Porto.

As filmagens de “O Nosso Cônsul em Havana” decorreram sobretudo no segundo semestre de 2018, em locais e cenários portugueses, incluindo localidades como Castelo de Vide, Alcácer do Sal, Portalegre, Ílhavo, S. Pedro do Sul, Porto, Penafiel e Funchal, além da verdadeira Havana.

O argumento é de António Torrado, com a colaboração de José Fanha. O filme chegará às salas de cinema através da Zero em Comportamento/Projectos Paralelos O projeto teve o apoio da RTP, do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Camões Instituto da Cooperação e da Língua, do Grupo DST e da Câmara Municipal de Penafiel.

Francisco Manso é autor de documentários e ficção para cinema e televisão, entre os quais os filmes “Aristides de Sousa Mendes – O cônsul de Bordéus”, “A ilha dos escravos”, “O testamento do senhor Nepumoceno” e as séries “Almeida Garrett” e “Regresso ao mar”.