A cotação oficial da moeda chinesa, em relação ao dólar norte-americano, atingiu esta terça-feira o seu ponto mais alto nos últimos 28 meses, face à vitória eleitoral de Joe Biden e à rápida recuperação da economia chinesa.

Segundo a taxa de câmbio oficial, definida diariamente pelo Banco do Povo da China (banco central), 6,5897 yuan valiam esta terça-feira um dólar, a cotação mais alta desde 27 de junho de 2018.

Segundo analistas citados pela imprensa oficial, o bom desempenho da economia chinesa, após o país superar a pandemia da Covid-19, e o enfraquecimento do dólar, são dois dos fatores que contribuíram para a valorização do yuan.

Wang Tao, do banco suíço UBS, previu que o renminbi – nome oficial da moeda chinesa – continuará a valorizar e atingirá 6,5 yuan por dólar até ao final do ano.

A taxa offshore, que é negociada em mercados internacionais como Hong Kong, fixou-se esta terça-feira nos 6,59663 por dólar, também o valor mais alto desde junho de 2018.

Há pouco mais de um ano, em agosto de 2019, o yuan atingiu o seu nível mais baixo desde 2008, quebrando a barreira psicológica dos sete yuan por dólar, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas taxas alfandegárias sobre os produtos chineses.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No entanto, especialistas lembram que um yuan muito forte pode representar problemas para os exportadores chineses, na medida em que encarece os bens produzidos no país, e sobrecarregar ainda mais o sistema financeiro da China.

Nas últimas semanas, o banco central chinês eliminou de facto as exigências de relação de caixa para instituições financeiras que realizam operações de câmbio – reduzindo-as de 20% para 0%.

De acordo com uma nota da consultora Trivium China, isto pode ajudar “as forças de mercado a desempenhar um papel maior na definição das taxas de câmbio”.