Itália está a viver “uma situação dramática”, uma “gravíssima emergência sanitária” e os hospitais estão “à beira de um colapso”, de acordo com a associação Anímo. Depois de severamente atingido na primeira vaga da Covid-19, o país enfrenta agora “taxas de ocupação nos hospitais acima dos 100%”.

Em carta aberta em conjunto com outras associações, a Anímo, que representa enfermeiros de medicina interna, apontou dois fatores preocupantes que os hospitais italianos estão a enfrentar: a falta de profissionais de saúde e a falta de camas. Na origem, esta “a rápida e vertiginosa difusão” do novo coronavírus.

A associação Anímo elenca as consequências desta situação: a capacidade de resposta dos serviços de saúde a doentes não Covid está a reduzir-se a níveis mínimos e os hospitais são incapazes de garantir os padrões de qualidade para todos os doentes, inclusivamente os doentes Covid.

Vivemos grandes dificuldades todos os dias em receber, tratar e transferir muitos doentes, que acudem às urgências em número maior do que a capacidade recetiva das nossas estruturas”, afirma a Anímo.

A Anímo deixa também um aviso às autoridades de saúde do país. Não ajuda os serviços hospitalares “desvalorizar, diminuir a situação dizendo que é quase normal ou que pode ser rapidamente normalizada”. E pede “um maior compromisso na disseminação de informação que aumente a consciência dos cidadãos à realidade” da Covid-19.

Os últimos acontecimentos parecem ir ao encontro das declarações da associação de enfermeiros de medicina interna. Segundo o La Repubblica, no hospital Cardarelli de Napóles, um paciente Covid foi encontrado morto na casa de banho do hospital na passada quarta-feira, através de um vídeo partilhado nas redes sociais, que está a gerar bastante polémica em Itália.

Itália registou 37.977 casos de Covid-19 e 636 mortes pelo novo coronavírus na passada quinta-feira. O número de internamentos situa-se nos 29.873, 3.170 dos quais em cuidados intensivos, números que se têm vindo a aproximar aos da primeira vaga.

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