Cinco inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) implicados na morte de Ihor Homenyuk pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI)  já não exercem funções no centro de instalação temporária do aeroporto onde ocorreu a morte do cidadão ucraniano a 12 de março, avança o Público.

Os inspetores ainda estão ao serviço daquele serviço de segurança, no aeroporto, mas foram encaminhados para cargos que não implicam contactos com o centro onde ficam retidos os imigrantes cuja entrada em Portugal é barrada e onde Ihor morreu, esclareceu o gabinete de imprensa do SEF.

No final do relatório sobre a morte de Ihor Homenyuk, entregue ao Ministério Público, a IGAI propôs que sete inspetores e uma técnica fossem alvo de processos disciplinares. Há, ainda, três inspetores arguidos (Bruno Sousa, Duarte Laja e Luís Silva) que aguardam o julgamento em prisão domiciliária. Outros dois inspetores, António Sérgio Henriques, diretor de fronteiras de Lisboa, e Amílcar Vicente, subdiretor, que foram demitidos a 30 de março, quando se soube da investigação da Polícia Judiciária.

“Isto aqui é para ninguém ver”. As 56 horas que levaram à morte de um ucraniano no aeroporto de Lisboa

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O espaço equiparado a centro de instalação temporária do aeroporto esteve encerrado durante a ‘primeira vaga’ da pandemia de Covid-19, mas já reabriu com um novo modelo de gestão e com uma equipa de inspetores em regime de 24 horas, chefiada por uma inspetora-chefe.

No relatório sobre o caso, a IGAI apontou várias irregularidades do SEF no processo desde que foi recusada a entrada a Ihor. No mesmo, critica “a postura generalizada de desinteresse pela condição humana” de Ihor Homenyuk pela parte de inspetores mas também de seguranças e até de um enfermeiro.

A própria diretora do SEF, Cristina Gatões, manifestou-se recentemente em relação ao caso numa entrevista à RTP.

Diretora do SEF entende que a morte do cidadão ucraniano no Aeroporto de Lisboa “foi uma situação de tortura evidente”