O presidente da Câmara de Chaves disse esta quinta-feira que a pandemia de Covid-19 naquele concelho “inspira muita preocupação” e pediu um “compromisso ainda maior” por parte da população para conter o aumento de casos.
A situação atual no concelho de Chaves inspira muita preocupação, pois temos registado um crescimento contínuo de casos confirmados de Covid-19. Não estamos a conseguir alcançar a tendência de inversão de novos casos”, destacou o presidente da Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, Nuno Vaz.
O autarca falava após uma reunião extraordinária da Comissão de Proteção Civil municipal, que juntou as autoridades de saúde, forças de segurança e IPSS do concelho.
Segundo o boletim epidemiológico da Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso de quarta-feira, o concelho de Chaves registava 474 casos na fase ativa da doença, 120 em isolamento e uma “taxa de ataque” de 1347,1 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Em 1 de novembro, o mesmo boletim indicava que o concelho de Chaves, com cerca de 41 mil habitantes, registava 73 casos em fase ativa da doença.
Nuno Vaz explicou que, durante a reunião, procurou ter acesso à realidade pandémica nos lares do concelho, lembrando a existência de uma “população envelhecida” e de quase mil idosos em lares e 500 trabalhadores neste setor. O autarca exigiu a testagem a utentes e funcionários em todos os lares do concelho, confirmando a existência de casos de Covid-19 em várias instituições, algumas com “uma taxa elevada de casos confirmados”.
“Dizem-nos que são assintomáticos, e que em termos de saúde a preocupação não é critica”, acrescentou, defendendo rastreios totais para poder existir “uma ação proativa de controlo dos contágios”. Sem adiantar o número de casos de Covid-19 em lares ou escolas do concelho, Nuno Vaz sublinhou que não tem acesso à “informação detalhada”.
Não sei quais são as escolas que têm surtos ou os lares. Só tenho números de casos confirmados de Covid-19 e o número de pessoas em isolamento. Esta é uma divergência manifestada relativamente à autoridade de saúde, entendemos que as autarquias e as comissões de proteção civil municipais deviam ter acesso a mais informação para que a ação e a proatividade pudesse acontecer”, vincou.
O autarca quis ainda avaliar a situação na comunidade, “para perceber se há um descontrolo da doença e se a autoridade de saúde tem capacidade de resposta para perceber em tempo útil os contactos de casos confirmados”.
“A situação é muito preocupante e temos de olhar de uma forma mais intensa e com mais foco”, alertou, sem especificar casos ou divulgar números em concreto. O socialista apelou à população para uma resposta individual para o controlo da pandemia no concelho.
“Não é com testagem ou criação de medidas que se combate, ou com confinamentos. A única medida verdadeiramente eficaz é o comportamento individual de cada um”, apontou. E reforçou a necessidade de uso intensivo de máscara, higienização das mãos e etiqueta respiratória, pedindo ainda uma ação pedagógica da população para com familiares e amigos.
Devemos evitar nesta altura convívios familiares, ajuntamentos. Façamos uma vida mais restrita, mais confinada e menos interativa nas próximas semanas para podermos ter Natal”, disse ainda. O autarca flaviense anunciou também que, na segunda-feira, vão ser levadas a reunião de Câmara 30 propostas na área social, económica e de saúde para a resposta à pandemia.
“Teremos medidas para partilhar com todos no esforço de mitigar os efeitos causados pela pandemia, sabendo que nunca serão suficientes. Os efeitos económicos mais severos serão sentidos no próximo trimestre”, salientou.