O vice-presidente para a Europa da Huawei, Abraham Liu, afirmou, em entrevista à Lusa, que Portugal está entre os países que proporcionaram “um ambiente muito favorável aos negócios”, pelo que é um destino de investimento a considerar.

Portugal está entre aqueles que têm proporcionado um ambiente muito favorável aos negócios”.

“Na história, [Portugal] é famoso pela sua colaboração global”, disse, o que está alinhado com a visão da Huawei.

“Por exemplo, nós somos uma empresa global, beneficiamos da colaboração global e agora estamos a explorar noutra dimensão, que é uma tecnologia de ponta”, como o 5G ou a Inteligência Artificial (IA), que vai “contribuir para a transformação da sociedade ou da transformação económica industrial“, prosseguiu Abraham Liu.

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O vice-presidente para a Europa da Huawei destacou o papel da subsidiária chinesa em Portugal ao longo dos 16 anos em que está presente no mercado, nomeadamente nos “últimos meses”, na sequência da pandemia Covid-19.

“A infraestrutura que construímos juntos teve um papel único” durante a pandemia, disse.

Eu e os meus colegas [da Huawei Portugal] estamos orgulhosos de fazermos parte disto, da indústria, de fazermos e termos feito algum muito positivo para a sociedade”.

“Acho que [Portugal] é um destino favorável para investimento”, reiterou, salientando que existem “aspetos atrativos” e “muitos, muitos motivos para qualquer investidor estrangeiro considerar”.

Questionado se admitia investir mais em Portugal, Abraham Liu não descartou a ideia.

Salientou que em conversas com diferentes líderes industriais notou que o setor automóvel tinha uma grande cadeia de fornecimento em Portugal.

Você obtém uma cadeia de fornecimento internacional aqui”.

Abraham Liu destacou também o facto de Portugal ser “muito ativo em termos do futuro da indústria da energia”, referindo o green deal, que se enquadra no Pacto Ecológico Europeu.

“Acho que têm configurado uma indústria competitiva”, considerou o responsável, salientando tratar-se de uma “consideração valiosa (…) para qualquer empresa internacional” que pretenda investir, onde se inclui a Huawei.

Deseja que Portugal tenha o papel de restaurar a “colaboração global”

Abraham Liu, disse ainda desejar que a presidência portuguesa da União Europeia (UE) desempenhe o papel de restaurar a “colaboração global”, que tem sido desafiada “por outros poderes”.

Questionado sobre a presidência portuguesa, que tem início em janeiro, Abraham Liu, que é o representante máximo da Huawei junto das instituições comunitárias, disse que a tecnológica chinesa está disponível para dar o seu contributo a Portugal.

“Se precisarem de qualquer contributo da nossa parte ou aconselhamento, estamos sempre disponíveis”, disse.

Assente no que investimos em investigação, o nosso entendimento sobre o desenvolvimento futuro sobre como a tecnologia digital pode ajudar (…), eu e os meus colegas estamos sempre disponíveis para contribuir nessas discussões”.

“Vemos que há desafios comuns como as alterações climáticas, a pandemia, e apenas com a colaboração global, Europa, China e América, juntas, seremos capazes de enfrentar melhor os desafios”, considerou o vice-presidente da Huawei para a região europeia.

E apontou que qualquer “tipo de movimento político de empurrar para desacoplar ou politizar essa colaboração de inovação irá ajudar no sentido contrário”, ou seja, “prejudicar o bem comum para o ser o humano, o futuro”.

E se há algo que desejo é que a presidência portuguesa dê alguma atenção a desempenhar um papel: restaurar a colaboração global, que tem sido desafiada por alguns outros poderes”.

“Sem colaboração, a indústria” das tecnologias de informação e comunicação “não é o que é agora”, salientou Abraham Liu.

O responsável lembrou quando não havia padrões para o diverso tipo de tecnologia, pelo que uma pessoa quando viajava tinha de levar vários tipos de equipamento.

Por exemplo, há cerca de 15 anos, cada marca de telemóvel tinha o seu próprio cabo, que não era compatível com mais nenhum outro.

A colaboração global tornou esses padrões” do 3G para o 4G e agora 5G “um único padrão unificado, o que reduz drasticamente o custo da comunicação”.

“Acho que este tipo de impacto assente na colaboração global é algo que todos nós, a indústria ou o ser humano, devemos valorizar”, concluiu Abraham Liu.