Os líderes africanos fizeram este domingo o ponto de situação sobre a meta fixada há sete anos para “silenciar as armas” no continente, já que várias regiões, incluindo Moçambique, estão novamente a enfrentar uma onda de violência.

A União Africana (UA), que reúne 55 estados, adotou em 2013 um plano para “silenciar as armas” no continente até 2020. Quatro anos depois, os líderes assinaram um roteiro a especificar este objetivo.

Este domingo, chefes de Estado e de Governo realizaram uma reunião virtual, para avaliar os progressos.

“Todos nós reunidos aqui sabemos que as armas ainda não se calaram”, resumiu o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que atualmente detém a presidência rotativa da UA.

“Em algumas regiões, a paz foi estabelecida, mas ainda enfrentamos desafios consideráveis”, acrescentou.

Ramaphosa condenou os atos de terrorismo e violência extremista que assolam a região do Sahel e o norte de Moçambique.

O presidente da UA também expressou preocupação com a situação no Saara Ocidental, onde recentemente eclodiram conflitos entre Marrocos e os rebeldes da Frente Polisário.

No entanto, não fez qualquer comentário sobre o conflito na região dissidente etíope do Tigray, desencadeado em novembro pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que enviou o exército federal para atacar as forças da Frente de Libertação do Povo de Tigray.

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A sede da UA fica localizada na capital da Etiópia, Adis Abeba.

Ramaphosa lembrou ainda os seus pares que o grande acordo comercial continental, que entrará em vigor no próximo mês, continuará complicado até que o continente esteja estável.

No sábado, os líderes escolheram oficialmente a data de 01 de janeiro de 2021 para lançar a Zona de Comércio Livre Continental Africana, que supostamente se tornará o espaço comercial mais populoso do mundo.

Este mercado comum visa promover o comércio intra-africano para impulsionar as economias do continente menos desenvolvido.

Inicialmente, o mercado deveria estar operacional em 01 de julho de 2020, mas o fecho da maioria das fronteiras, devido à pandemia de covid-19, resultou no adiamento da data.

“O seu sucesso não pode ser separado de um ambiente estável e favorável aos negócios, capaz de atrair investimento estrangeiro direto”, disse Ramaphosa.