O Brasil registou, no ano passado, 157.454 casos de malária, numa diminuição de 19,1% face a 2018, período em que se contabilizaram 194.572 pessoas com a doença, informou esta segunda-feira o Ministério da Saúde.
Os dados constam no Boletim Epidemiológico da Malária 2020, da tutela da Saúde, e indicam ainda que no primeiro semestre de 2020 foram notificados 60.713 casos da doença.
Em relação aos casos autóctones, ou seja, de pessoas que contraíram a infeção no Brasil, os dados apontam uma queda de 18,4% em 2019, em comparação com 2018, passando de 187.757 para 153.296 casos. Comparando o primeiro semestre de 2020 com o de 2019, a diminuição foi de 15,1%, de acordo com dados preliminares.
Na região Amazónica brasileira, onde ocorrem 99,9% dos casos de malária, cerca de 80% concentraram-se em 41 municípios em 2019, sendo 16 no Amazonas (39%), oito no Pará (19,5%), sete em Roraima (17,1%), quatro no Amapá (9,8%), três no Acre (7,3%), dois em Rondônia (4,9%) e um no Mato Grosso (2,4%).
Em relação aos casos importados, o Brasil registou 4.117 infeções em 2019, o que equivale a 2,6% dos casos notificados no Brasil. Os casos foram provenientes da Venezuela com 2.658 casos (64,6%), Guiana Inglesa com 655 casos (15,9%), Guiana Francesa com 236 (5,7%), Bolívia com 230 casos (5,6%) e Peru com 172 notificações (4,2%).
No Brasil, os Estados com maior número de casos importados foram Roraima, Amazonas, Maranhão, Acre e Rondônia, que ao todo registaram 3.783 casos, representando 94,3% do total.
Já em relação ao corrente ano, de janeiro a junho, foram contabilizados 1.049 casos importados de outros países no Brasil — o equivalente a 1,5% do total de casos notificados -, com maior ocorrência nos estados de Roraima e Amazonas com 60,7% e 14,3%, respetivamente. Entre os Estados fora da região da Amazónia, foram notificados 43 casos importados com maior ocorrência em São Paulo (12), Santa Catarina (7) e Rio de Janeiro (6).
Em relação ao número de óbitos devido à malária, em 2019 o Brasil registou 37 mortes pela doença, sendo que 26 (69,4%) ocorridos na região amazónica.
Para enfrentar a doença infecciosa, o Brasil estabeleceu acordos de cooperação técnica com outros países, tanto da América do Sul quanto de África, como ferramenta de desenvolvimento para o fortalecimento institucional. Além de acordos bilaterais, o Brasil participa em acordos multilaterais como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Plano Estratégico de Cooperação em Saúde.
Os acordos permitem transferir ou compartilhar conhecimentos e experiências por meio de capacitação humana e institucional, com intuito de alavancar o desenvolvimento social dos países envolvidos.
A malária é uma doença infecciosa e transmite-se através da picada de um mosquito. De acordo com a Direção-Geral da Saúde, o quadro clínico da malária é, em termos gerais, caracterizado por febre, calafrios, dores musculares e nas articulações, e cefaleias, podendo evoluir com diarreia e vómitos.
A malária tem cura, mas se não for diagnosticada e tratada em tempo oportuno, pode evoluir para formas grave da doença, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.