De um lado, o Ajax. A grande surpresa da Liga dos Campeões de 2018/19, capaz de chegar às meias da competição depois de eliminar Real Madrid e Juventus e perdendo a hipótese de chegar à final nos últimos minutos do jogo com o Tottenham em casa. Do outro, a Atalanta. Uma das grandes surpresas da Liga dos Campeões de 2019/20, que passou a fase de grupos fazendo a estreia na prova, afastou o Valencia e caiu nos quartos com o PSG com dois golos nos descontos. Se ter sucesso numa carreira na Champions é um mérito, conseguir repetir o mesmo furando o habitual domínio de espanhóis, ingleses ou alemães seria ainda mais. No entanto, e num grupo que esteve aberto a três equipas, só um poderia acompanhar o Liverpool para os oitavos. E a decisão era em Amesterdão.

A Atalanta, uma equipa com toque de mito(logia) que vai à Liga dos Campeões pela primeira vez

“Dezembro é sempre um mês difícil. Não quero fazer comparações porque perdemos vários jogadores mas também a Atalanta. Temos quebras de concentração em alguns momentos, temos de explorar melhorar os espaços e sermos mais confiantes. Devemos correr riscos mas isso pode ser também perigoso caso tenhamos falhas de concentração como aconteceu em Bérgamo. Temos o sonho de chegar aos oitavos frente a uma Atalanta que tem um estilo de jogo fantástico, com alguns pontos semelhantes ao nosso. Ocupam nesta altura o nono lugar mas isso também está dependente da ausência dos seus jogadores mais físicos”, destacava o holandês Erik ten Hag.

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“É complicado chegar a este tipo de jogos. Estou certo que o jogo não terminará 0-0 porque isso não se enquadra com a mentalidade de nenhuma das equipas. Somos melhores a tomar a iniciativa e a atacar do que a defender um resultado, o mesmo acontece com o Ajax. Por isso vamos aproveitar ao máximo esta pequena vantagem de termos dois possíveis resultados, sabendo que se jogarmos para não perder, podemos não passar. Não podemos apenas defender, temos de atacar e marcar golos. Sendo sincero, a possibilidade de podermos chegar aos oitavos da Liga dos Campeões deixa-nos satisfeitos mas também temos sempre garantida a Liga Europa. Sabemos o que precisamos fazer e estou convencido que temos condições”, sublinhara o italiano Gian Piero Gasperini.

No entanto, não foi isso que se viu na Johan Cruyff Arena: um jogo com poucas oportunidades, com as equipas a serem fiéis aos seus princípios de saída e construção de jogo mas com presença reduzida no último terço e aquele toque de cinismo italiano da equipa com maior chip ofensivo da Serie A a controlar da melhor forma todos os momentos de jogo até estar com mais um elemento em campo por expulsão de Gravenberch após acumulação de amarelos e sentenciar em definitivo a questão da passagem aos oitavos, com Luis Muriel, o colombiano que chegou a Bérgamo na última época e foi um dos melhores marcadores da equipa, a marcar o único golo a cinco minutos do final. O avançado, que chegou à Europa via Udinese em 2010 e aproveitou o primeiro ordenado para comprar um táxi Chevrolet ao pai, continua a cumprir promessas. E a Atalanta continua a surpreender.

Pela segunda temporada consecutiva, os italianos apuraram-se para os oitavos da Liga milionária, terminando no segundo lugar do grupo atrás do Liverpool, que esta noite empatou com os dinamarqueses do Midtjylland. Salah inaugurou o marcador logo no primeiro minuto para uma equipa de Jürgen Klopp com várias alterações mas que manteve Diogo Jota como titular mas Scholz, de grande penalidade, fez o 1-1 final aos 62′.