O Procurador Geral dos Estados Unidos da América, William Barr, demitiu-se esta segunda-feira e deixará de exercer funções a 23 de dezembro, cerca de um mês antes do seu mandato terminar. O anúncio foi feito por Donald Trump, através da rede social Twitter, minutos após o Colégio Eleitoral ter oficializado a vitória de Joe Biden.
De acordo com o Presidente cessante, Barr vai deixar as funções antes do Natal “para passar as festividades com a sua família”. A posição será ocupada interinamente pelo procurador-geral adjunto Jeff Rosen. “Acabei de ter uma reunião muito agradável com o procurador-geral Bill Barr na Casa Branca. A nossa relação tem sido muito boa, ele fez um excelente trabalho! De acordo com a carta, Bill partirá pouco antes do Natal para passar as festividades com a sua família”, escreveu Trump.
…Deputy Attorney General Jeff Rosen, an outstanding person, will become Acting Attorney General. Highly respected Richard Donoghue will be taking over the duties of Deputy Attorney General. Thank you to all! pic.twitter.com/V5sqOJT9PM
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 14, 2020
“O procurador-geral adjunto Jeff Rosen, uma pessoa notável, será procurador-geral interino. O altamente respeitado Richard Donoghue assumirá as funções de procurador-geral adjunto. Obrigado a todos!”, concluiu.
Há cerca de duas semanas, a 1 de dezembro, William Barr contrariou Donald Trump ao afirmar que não existiam provas de fraude nas eleições. Após a publicação das declarações, o procurador-geral foi chamado à Casa Branca para uma reunião com Donald Trump, relata a CNN.
Até à data, não vimos fraude eleitoral numa escala que teria levado a um resultado diferente nestas eleições”, disse em entrevista à Associated Press.
Donald Trump, assim como a sua família, a candidatura e também os seus apoiantes, estão a fazer eco destas alegações infundadas desde que as primeiras projeções apontavam a vitória de Biden. Os comentários de Barr contrariaram os esforços de Trump para por em dúvida os resultados eleitorais e bloquear a transição de administrações na Casa Branca.
Em resposta, a equipa legal do republicano contestou que tenha havido uma investigação séria do Departamento de Justiça em relação às queixas de fraude. “Com todo o respeito pelo Procurador-Geral, não houve qualquer espécie de investigação do Departamento de Justiça”, lia-se num comunicado.
Statement of Trump Legal Team on Bill Barr’s Comments on Voter Fraud. pic.twitter.com/SlZRKStbri
— Jenna Ellis (@JennaEllisEsq) December 1, 2020
No entanto, na carta de rescisão, Barr diz-se “muito honrado” por ter sido chamado por Trump “para servir a sua administração e o povo americano”. O procurador-geral, nomeado em fevereiro de 2019, elogiou ainda o mandato de Trump e todas as duas “conquistas”, entre as quais “a construção da economia mais forte e resiliente da história americana”.
Trump está cada vez mais isolado? Nim. Mas está a ficar sem opções