Havia em setembro 46.000 milhões de euros em créditos sob moratória em Portugal, mais 2.800 milhões do que existiam em junho, informa (finalmente) o Banco de Portugal. No relatório semestral sobre estabilidade financeira, o Banco de Portugal não indicava com clareza qual era o valor total em moratória, mas afirma que que “no final de setembro de 2020, 32% dos empréstimos a empresas concedidos pelo setor bancário estavam em moratória, o que correspondia a 24.400 milhões de euros” – sem especificar o valor das moratórias concedidas a particulares nem, portanto, o valor total (nem mesmo, perante a insistência dos jornalistas, na conferência de imprensa realizada esta quinta-feira em Lisboa).

Esta sexta-feira, o Banco de Portugal avançou com os números pedidos, sublinhando que estes 46.000 milhões de euros não são totalmente comparáveis com os 39 mil milhões divulgados há seis meses, porque nessa altura se referiam apenas dados para os oito maiores bancos – agora é para todo o sistema financeiro.

Segundo a nota enviada pelo supervisor liderado por Mário Centeno, estes 46.000 milhões repartem-se entre 24.400 milhões em empréstimos a empresas (como já se tinha indicado) e 21.600 milhões de euros em créditos a famílias ou particulares.

Em junho havia, em termos comparáveis, 22.500 milhões de créditos a empresas sob moratória e 20.700 milhões em créditos às famílias.

Os valores das moratórias em Portugal são os mais elevados em toda a Europa, algo que não preocupa, porém, o Banco de Portugal, já que este vê vários “fatores mitigantes” para os eventuais riscos para a estabilidade financeira.

Banco de Portugal pouco preocupado com moratórias (que são, de longe, as mais elevadas da Europa)

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