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"Quatro/cinco horas ao telefone por dia para ajudar o NHS": a entrevista de Henderson que vale mais do que uma goleada

Este artigo tem mais de 3 anos

Liverpool quebrou série irregular fora e goleou Crystal Palace (0-7). Liderança foi reforçada mas o dia fica marcado por uma entrevista de Henderson onde se percebe o lado menos visível do sucesso.

Firmino bisou, Sadio Mané marcou e assistiu, Salah ainda se juntou à festa mas este foi sobretudo um dia de Jordan Henderson (que também fez um golo)
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Firmino bisou, Sadio Mané marcou e assistiu, Salah ainda se juntou à festa mas este foi sobretudo um dia de Jordan Henderson (que também fez um golo)

Firmino bisou, Sadio Mané marcou e assistiu, Salah ainda se juntou à festa mas este foi sobretudo um dia de Jordan Henderson (que também fez um golo)

Apito final em Anfield, festa dos espectadores atrás da baliza de Alisson na segunda parte, uma conversa tranquila mas com tensão à mistura entre José Mourinho e Jürgen Klopp. “A melhor equipa perdeu”, atirou o treinador do Tottenham. O homólogo do Liverpool sorriu. Numa primeira instância achou até que o português estaria a brincar com ele, depois percebeu que não e manifestou a discordância. Naqueles últimos minutos e até nesse momento que motivou muitas conversas, o alemão voltou a ser ele. O Liverpool voltou à liderança isolada da Premier League num jogo muito complicado e que poderia ter seguido outro rumo na segunda parte, o alemão voltou a ser mais ele. No entanto, nem tudo têm sido facilidades para o campeão inglês. Longe disso. E Klopp é exemplo disso mesmo.

Mourinho teve tudo para ganhar em Anfield mas acabou a perder aos 90′ – será que a Special tradição desapareceu?

Mark Lawrenson, antigo defesa campeão europeu pelos reds que é hoje comentador, partilha dessa opinião. E não considera que esse estado de espírito tenha a ver com as exibições e os resultados mas sim com fatores externos que na presente temporada têm mexido mais com o germânico. Um deles está relacionado com o VAR, não tanto nas decisões mas mais no tempo de espera para análise dos lances. Outro tem a ver com a regra das substituições na Premier League, que foi pela terceira vez recusada pela maioria dos clubes. “Todos sabem a minha opinião sobre isso, todos sabem que dez clubes votaram contra. Não se trata de vantagens mas sim do bem-estar dos jogadores. Acho que só eles no mundo é que votaram contra. Não conheço outras ligas só com três substituições. Deve haver uma boa razão para isso, para todas essas ligas e clubes terem votado a favor”, lamentou mais uma vez.

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Um dos clubes que votou contra foi o Crystal Palace de Roy Hodgson, primeiro teste à liderança isolada da prova e que tirou dois pontos ao Tottenham antes do encontro da passada quarta-feira. Argumento? Além de três mexidas num encontro serem suficientes num jogo, o aumento desse número iria beneficiar as equipas com plantéis mais fortes e que assim teriam de fazer uma gestão diferente no plano físico. O que, no caso do Liverpool, é mais do que uma necessidade – é uma obrigação, perante todas as contingências que o plantel tem vindo a sofrer.

Com o Tottenham, a meio da semana, Jürgen Klopp optou por não fazer uma única alteração na equipa, tendo Naby Keita e Oxalde-Chamberlain já no banco mas a serem geridos com especiais cuidados por estarem a regressar de lesão. E ainda há Thiago Alcântara, uma das grandes contratação da temporada que realizou menos de 150 minutos até ao momento, e Matip. E os lesionados Van Dijk, Joe Gomez, Milner, Shaquiri, Tsimikas e Diogo Jota. A determinada fase, quando o germânico apontava o dedo aos canais detentores dos direitos televisivos para o elevado número de lesionados, chegaram a ser nove ausentes. Foi isso que obrigou o técnico a apostar mais na sua formação, o que levou a que deixasse palavras elogiosas para outro português no clube: Vítor Matos.

“Contratámos o Vítor não porque a academia estivesse a trabalhar mal mas porque precisávamos de um ponto de contacto. O Pep [Lijnders] fazia isso mas a primeira equipa ocupava muito tempo e precisávamos de um técnico para o desenvolvimento de jogadores. O Vítor está a fazer um trabalho incrível. Quando tivemos os problemas com os nossos centrais, ele sugeriu o Rhys [Williams]. Ajuda ter alguém na academia com olho e que percebe logo o que precisamos. Queremos dar uma boa educação aos nossos jogadores mais jovens, que sejam capazes de reagir ao longo das suas carreiras a diferente cenários. O Vítor é muito importante nas relações pessoais com eles. Não consigo falar com todos e ele garante que sabem o que esperamos, que são muito bons e que percebam uma oportunidade sem excesso de pressão”, destacou numa entrevista concedida à Sky Sports.

Desta vez, nem foi preciso recorrer de início aos mais novos para quebrar a tendência irregular de resultados fora, com apenas uma vitória em seis jogos – embora Fabinho, médio de novo adaptado a central que fez dupla com o recuperado Matip, tenha colocado a equipa a jeito do empate na melhor fase do Crystal Palace na primeira parte, quando escorregou, deixou Jordan Ayem isolado mas o passe para Zaha saiu para trás (23′). Esse momento podia ter alterado o rumo de um encontro que ganhou assim sentido único, sobretudo da vantagem conseguida pelos reds nos 45 minutos iniciais: Minamino, que rendeu Salah no ataque, inaugurou o marcador da área após passe de Sadio Mané (3′); Mané aumentou a vantagem depois uma fantástica receção orientada com assistência de Firmino no seguimento de um lance confuso (35′); e Firmino fez o 3-0 com classe depois de uma jogada que iniciou e concluiu combinando com o lateral Robertson que voltou a ter uma boa subida pela esquerda (44′).

[Clique nas imagens para ver os golos do Crystal Palace-Liverpool em vídeo]

A seguir, houve sobretudo a tentativa de gerir o avanço sem perder o foco na baliza. E foi aqui que se destacou um dos elementos mais importantes neste Liverpool mas que muitas vezes passa ao lado das principais referências (e que Jesus considera ser o melhor médio centro do mundo): Jordan Henderson. O capitão voltou a mostrar em campo aquilo que deixou como principal ideia numa extensa entrevista ao The Times (conteúdo fechado) deste sábado: é um líder, que não se importa de assumir um papel secundário desde que o coletivo chegue ao objetivo principal, que se preocupa com pormenores como o facto de o champanhe da festa do título ser não alcoólico por causa de Salah e Mané. “Sei que nunca serei idolatrado como o Salah ou como o Mané mas também sei que posso ajudar os jogadores a melhorarem dentro e fora de campo”, salientou o capitão do campeão inglês.

“À medida que os anos iam passando, havia sempre alguém que chegava à primeira equipa primeiro do que eu. Desde aí que tento provar todos os dias que as pessoas estão erradas, que vale a pena e que sou capaz”, destacou, entre explicações sobre o fundo que organizou com outros capitães para ajudar instituições do Serviço Nacional de Saúde (NHS) inglês. “Cheguei a estar ao telefone quatro/cinco horas por dia, a falar com jogadores. Cheguei a atender chamadas durante os treinos. Não conseguia parar, tinha de continuar a ouvir e a tentar ajudar mais”, contou, tendo também como exemplo o trabalho de um familiar no NHS. E seria o médio a sentenciar em definitivo o que já estava escrito, fazendo o 4-0 logo aos 52′ num remate de fora da área antes de Firmino fazer o 5-0 (68′) e Salah fechar as contas (81′ e 84′). “Aquilo que quero é que os meus filhos cresçam com uma educação onde não importa a cor, a religião ou a tendência sexual das pessoas, todas as pessoas são iguais e todas devem ser tratadas da melhor forma”, frisou ainda, na citação destacada pelo jornalista Henry Winter. O Liverpool reforçou a liderança da Premier League num dia onde uma entrevista valeu mais do que uma goleada histórica.

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