Apesar de estar preocupada com a manutenção dos postos de trabalho, a Câmara de Matosinhos rejeita a instalação de uma refinaria de lítio na Petrogal, em Leça da Palmeira, escreve esta segunda-feira o Jornal de Notícias (link não disponível), que adianta que a hipótese está a ser trabalhada há vários meses entre Galp e Governo.

Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, assegura que a autarquia não vai permitir que seja ali instalada “qualquer solução que possa ser poluente” e que não emitirá as licenças necessárias para que o projeto ande para a frente. A autarca admite ainda, se necessário, enfrentar Governo e Galp.

“Estamos preocupados naturalmente com a manutenção dos postos de trabalho, mas não a qualquer custo. Não aceitaremos que haja prejuízo para a qualidade de vida dos matosinhenses nem que se agravem os níveis de poluição no concelho”, defendeu a autarca socialista.

Galp fecha refinaria em Matosinhos a partir de 2021. Decisão afecta 400 trabalhadores diretamente, mas impacto pode ser maior

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Já antes o jornal Eco noticiou que a Galp acordou em vender lítio refinado em Matosinhos à sueca Northvolt, para fabrico de baterias. Em resposta, a petrolífera esclareceu que não havia qualquer acordo e que o futuro das instalações ainda está a ser analisado.

A 21 de dezembro a Galp anunciou que vai encerrar a atividade de refinação em Matosinhos a partir do próximo ano e concentrar as suas operações no complexo de Sines. A unidade de Matosinhos já tinha suspendido a produção de combustíveis devido à falta de procura causada pelo impacto económico da pandemia — primeiro em abril e depois em outubro.

A refinação em Matosinhos conta atualmente com 400trabalhadores efetivos, de acordo com informação confirmada ao Observador por fonte oficial da Galp. Sindicatos falam, no entanto, em mais de 1.500 trabalhadores afetados, eventualmente contabilizando postos indiretos.